ITAMARATY COBRA LIBERTAÇÃO DE BRASILIENSE PRESO POR ISRAEL EM BARCO RUMO A GAZA
O Ministério das Relações Exteriores afirmou que o governo brasileiro acompanha com atenção a interceptação pela marinha israelense da embarcação Madleen, que se dirigia à costa palestina para levar itens de ajuda humanitária à Faixa de Gaza. A tripulação composta por 12 ativistas inclui o brasiliense Thiago Ávila.
“Ao recordar o princípio da liberdade de navegação em águas internacionais, o Brasil insta o governo israelense a libertar os tripulantes detidos”, frisou o Itamaraty.
O órgão também chamou a atenção para a necessidade de que Israel remova imediatamente todas as restrições à entrada de ajuda humanitária em território palestino.
“As Embaixadas na região estão sob alerta para, caso necessário, prestar a assistência consular cabível, em consonância com a Convenção de Viena sobre Relações Consulares”, acrescentou.
Doze ativistas de vários países (França, Alemanha, Brasil, Turquia, Suécia, Espanha e Países Baixos) partiram da Itália em 1º de junho rumo à Gaza com o objetivo de “romper o bloqueio israelense”. Além do brasiliense Thiago Ávila, a ativista sueca Greta Thunberg também integra a tripulação.
Em publicação no Instagram nesta segunda-feira (9/6), o movimento Coalizão da Flotilha da Liberdade informou que o a “tripulação civil desarmada foi raptada e a carga salva-vidas — incluindo fórmula para bebés, alimentos e suprimentos médicos — confiscada”.
“Israel não tem autoridade legal para deter voluntários internacionais a bordo do Madleen. Esta apreensão viola descaradamente o direito internacional e desafia as ordens vinculativas do TIJ que exigem acesso humanitário sem entraves a Gaza. Estes voluntários não estão sujeitos à jurisdição israelense e não podem ser criminalizados por prestar ajuda ou contestar um bloqueio ilegal – a detenção deles é arbitrária, ilegal e deve terminar imediatamente”, disse Huwaida Arraf, advogado dos direitos humanos e organizador da Flotilla da Liberdade.
O que diz Israel?
O governo de Israel criticou a mobilização dos ativistas e chamou a embarcação de “iate selfie”. Segundo o governo israelense, o veleiro “está a caminho da costa de Israel em segurança”. “Os passageiros estão seguros e receberam sanduíches e água, e devem retornar aos seus países de origem”, disse.
“A pequena quantidade de ajuda que não foi consumida pelas ‘celebridades’ será transferida para Gaza através de canais humanitários reais. Há maneiras de entregar ajuda à Faixa de Gaza — elas não envolvem provocações e selfies”, acrescentou Israel.
