IGREJA NO CENTRO DO RIO SERÁ ELEVADA A SANTUÁRIO ARQUIDIOCESANO
A tradicional Paróquia Santa Rita, localizada no Centro do Rio de Janeiro, será oficialmente elevada à categoria de santuário arquidiocesano. A cerimônia ocorre no sábado, dia 22 de março, às 11h, com missa presidida pelo arcebispo metropolitano, o Cardeal Orani João Tempesta.
Fundada em 30 de janeiro de 1751, a Paróquia Santa Rita é uma das igrejas mais antigas da cidade. Muito antes da canonização de Santa Rita em 1900 pelo Papa Leão XIII, a santa já reunia inúmeros devotos no Rio, sendo conhecida popularmente como “Santa dos Impossíveis”.
De acordo com o pároco, padre Wagner Toledo, que também é vigário episcopal do Vicariato Urbano, em entrevista ao jornal “Testemunho de Fé”, a iniciativa de transformar a paróquia em santuário arquidiocesano ocorre em um momento significativo para a comunidade católica: dentro do Ano Santo do Jubileu da Esperança e nas comemorações dos 275 anos da criação da paróquia. Para o padre Wagner, o reconhecimento como santuário é “um sinal de esperança para os devotos peregrinos” (padre Wagner Toledo).
Além de símbolo religioso, a Paróquia Santa Rita desempenhou, historicamente, importante papel social. Situada próxima ao Cais do Valongo, a igreja tinha como missão a acolhida digna aos corpos dos escravizados falecidos durante a travessia atlântica. Ainda hoje, existe em frente à igreja o Cemitério de Santa Rita dos Pretos Novos, testemunha desta obra de misericórdia.
Hoje, a igreja mantém forte presença social, oferecendo apoio a cerca de 150 famílias através da distribuição de cestas básicas, assistência jurídica e orientação para acesso a direitos fundamentais. Diariamente, são realizadas até sete missas, além de confissões e diversas atividades de evangelização voltadas para adultos, jovens e crianças.
Para fortalecer a devoção, o padre Wagner destaca iniciativas como o “Dia de Devoção”, realizado mensalmente no dia 22, com celebrações constantes, bênção das rosas e objetos religiosos, atraindo devotos de toda a região metropolitana do Rio. “Existe um apelo natural e popular, um número de pessoas que acorrem diariamente à igreja para rezar, celebrar as graças alcançadas e testemunhar a intervenção miraculosa de Santa Rita”, ressaltou o padre Wagner.
A missa diária transmitida pela Rádio Catedral às sete horas da manhã também colabora para popularizar a devoção, consolidando o templo histórico como referência religiosa e cultural no coração da cidade.
O que é um santuário arquidiocesano?
1. O que é um santuário?
Na Igreja Católica, um santuário é um local de culto especial, destinado à peregrinação, à oração e à devoção popular. Normalmente, são igrejas que guardam imagens ou relíquias sagradas que atraem grande número de fiéis.
Existem três níveis principais de santuários católicos, dependendo de quem concedeu o título:
- Santuário Diocesano ou Arquidiocesano: título concedido pelo bispo ou arcebispo local.
- Santuário Nacional: reconhecido pela Conferência Episcopal de um país, com importância nacional.
- Santuário Internacional: reconhecido diretamente pelo Vaticano, atraindo peregrinos de diversos países (como o de Fátima, em Portugal).
2. O que significa “arquidiocesano”?
Uma arquidiocese é uma diocese especial, geralmente com maior relevância histórica, populacional ou espiritual, liderada por um arcebispo (um bispo que, além da responsabilidade local, supervisiona dioceses menores vizinhas, chamadas dioceses sufragâneas). Por exemplo, no Brasil, São Paulo e Rio de Janeiro têm arquidioceses, por causa da relevância histórica, religiosa e do tamanho populacional dessas regiões.
Então, ao falarmos de “santuário arquidiocesano”, estamos nos referindo a uma igreja que ganhou destaque especial por decisão do arcebispo local. É um reconhecimento formal dado pela autoridade eclesial daquela região.
3. Exemplos práticos
No Brasil, temos vários exemplos:
- Santuário Arquidiocesano São Judas Tadeu, em São Paulo, famoso pela grande peregrinação de fiéis devotos.
- Santuário Arquidiocesano Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, localizado no Corcovado, conhecido mundialmente.
Nesses locais, acontecem celebrações importantes, missas especiais, festividades religiosas, peregrinações e eventos relacionados à espiritualidade e fé dos devotos.
por Quintino Gomes Freitas – Diário do Rio