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HISTÓRIA DA ILHA DA CONCEIÇÃO, EM NITERÓI, É TEMA DE FILME

Longa-metragem sobre o bairro destaca as praias perdidas a partir da instalação de estaleiros

A Ilha da Conceição é o cenário e personagem da mais nova produção cinematográfica em Niterói. Com o nome do bairro no título, o longa resgata a história local para abordar as praias perdidas da ilha devido à instalação dos estaleiros. Moradoras recordam os banhos de mar da infância, agora impossíveis para suas filhas. A cineasta Liliane Mutti selecionou fotos e imagens antigas para mostrar o passado da área, que, desde 1958, está conectada ao continente, com o acesso ao mar dificultado por muros e poluição.

“Ilha da Conceição” possui dois narradores. O primeiro é o ator Angelo Morse, também humorista, educador e artivista antirracista, estreando no cinema. A segunda voz é do ator português Gonçalo Mendes, filho de imigrantes, representando a forte presença da colônia portuguesa na ilha. O escritor Valter Hugo Mãe viveu ali quando morou no Brasil.

— Antigamente, debates sobre meio ambiente nos davam a falsa impressão de que os estragos na natureza seriam sentidos apenas no futuro distante. Pois o futuro chegou, e os estragos estão aí — diz Angelo Morse, ressaltando a dificuldade enfrentada pelos pescadores do bairro. Recuperar imagens da natureza da ilha é um desafio para Liliane Mutti, com o apoio do historiador Marcelo de Paiva.

— Quando a memória dos moradores vai além da nostalgia e projeta o desejo de retomar a rotina praieira dos pais e avós, trazemos cenas de ficção que dão ao filme uma atmosfera onírica — conta a diretora.

Nas pesquisas, Paiva levantou dados nos arquivos do Laboratório Universitário de Preservação Audiovisual da UFF e da Fundação de Arte de Niterói.

— Este filme é um ato de amor pela valorização da memória. Registrar o passado nos faz refletir sobre o presente e o futuro climático que queremos deixar para as novas gerações — diz o historiador.

Após sua conclusão, “Ilha da Conceição” será exibido em festivais de cinema. A produção conta com o apoio do Ministério da Cultura e da Prefeitura de Niterói, por meio da Lei Paulo Gustavo de fomento à cultura.

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