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GOVERNO DO RJ É CONDENADO A INDENIZAR ATRIZ POR OFENSAS EM QUARTEL DE BOMBEIROS

Decisão, em segunda instância, é referente ao caso de ataques racistas e gordofóbicos feitos à atriz Cacau Protásio durante gravação de filme em Corpo de Bombeiros no Centro do Rio de Janeiro

A Justiça do Rio de Janeiro determinou que o Governo do Estado do Rio de Janeiro indenize em R$ 80 mil a atriz Cacau Protásio, que sofreu ataques e ofensas racistas e gordofóbicas durante a gravação do filme Juntos e enrolados, em um quartel do Corpo de Bombeiros na região Central do Rio. As ofensas foram feitas e gravadas por bombeiros.

A decisão, em segunda instância, foi antecipada pelo jornal O Globo. A decisão anterior havia estabelecido uma indenização por danos morais de R$ 30 mil. O caso ocorreu em novembro de 2019, quando, após o encerramento da gravação, começaram a circular áudios e vídeos em que alguns bombeiros reclamam da gravação no local e fazem ofensas à Cacau e ao elenco.

A relatora, desembargadora Ana Cristina Nacif Dib Miguel, explicou no processo que o valor da ação leva em conta as graves ofensas proferidas, que o estado é responsável pelas ações de seus funcionários e a repercussão do caso.

A atriz — que ganhou fama em todo país após interpretar a personagem Zezé, na novela Avenida Brasil — gravou uma cena de dança no quartel. No filme Juntos e enrolados, ela interpreta uma tenente. No dia seguinte a gravação, áudios compartilhados no grupo dos bombeiros no Whatsapp mostravam ofensas a atriz.

“Vergonhoso, mete aquela gorda, preta, filha da p*** numa farda de bombeiro. Uma bucha de canhão daquela”, diz trecho de um áudio. “Aquela gorda botou uma farda aí e botou uns dançarinos viado com roupa de bombeiro”, diz outro áudio.

Em entrevista à TV Globo, Cacau Protásio chegou a chorar ao comentar o caso. “Não mereço ser xingada, não mereço ser insultada. Mereço respeito, como qualquer ser humano”, disse.

Na ocasião, o Corpo de Bombeiros afirmou não compactuar com qualquer ato discriminatório contra qualquer pessoa. A gravação ocorreu com autorização dos bombeiros e, inclusive, com o acompanhamento de um agente.

O Corpo de Bombeiros do Rio disse no processo que identificou dois agentes responsáveis pelas filmagens e que foram punidos. Aquele que gravou e compartilhou as imagens foi detido por três dias e o outro, que gravou e compartilhou áudios com as ofensas, acabou detido por 10 d ias.

Por Ândrea Malcher – CB

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