FORMADO HÁ 60 ANOS, O GRUPO CARIOCA THE IPANEMAS TEM EDITADO EM LP, EM ABRIL, ÁLBUM EUROPEU LANÇADO EM 2006
♪ Em 20 de abril, o quarto álbum do grupo carioca The Ipanemas – Samba is our gift – O samba é nosso dom, lançado originalmente em 2006 – ganha a primeira edição em LP através da gravadora inglesa Far Out Recordings.
Embora não tenha sido idealizado com tal propósito, o lançamento em vinil celebra os 60 anos da formação do grupo de samba-jazz, criado em 1964 pelo trombonista Astor Silva (1922 – 1968) com o baixista Luiz Marinho, o percussionista Rubens Bassini (1933 – 1985), o baterista Wilson das Neves (1936 – 2017) e o violonista Daudeth Azevedo (1932 – 2009), o Neco.
Grupo instrumental de bossa nova de toque calcado no samba, com o balanço da gafieira e com ênfase na matriz africana da música brasileira, The Ipanemas surgiu e sumiu meteoricamente em 1964 após ter gravado um único álbum, batizado com o nome do quinteto.
A ressurreição aconteceu na década de 1990 quando DJs descobriram o disco The Ipanemas (1964) e o puseram em rotação nas pistas britânicas do acid jazz, na mesma cena que deu novo impulso à careira de Joyce Moreno.
No embalo dessa (re)descoberta europeia dos Ipanemas, a gravadora britânica Far Out convidou o grupo a retomar a discografia. E assim veio ao mundo em 2001, 37 anos após o LP de estreia, o álbum The return of The Ipanemas.
Outros discos se seguiram, caso do álbum Samba is our gift – O samba é nosso dom, ora remasterizado por Caspar Sutton-Jones para a vindoura edição em vinil.
Havia somente dois remanescentes da formação original dos Ipanemas – Neco e Wilson das Neves – na ocasião da gravação do disco Samba is our gift, feita no Estúdio Verde na cidade do Rio de Janeiro (RJ) com produção musical de Dave Brinkworth, Joe Davis e Ivan Conti (1946 – 2023), o Mamão.
Além de ter fornecido as músicas Malandro quando vaza e Taioba para o repertório, Mamão – músico revelado nos anos 1970 como baterista do trio Azymuth – tocou percussão no disco, integrando banda que também incluía o pianista Fernando Moraes, o baixista Jorge Helder e o trombonista Vitor Santos.
Com músicas como Imperial (Wilson das Neves e Aldir Blanc) e Valsamba (Jorge Helder), o álbum fecha o maior sucesso da obra autoral de Wilson das Neves, O samba é meu dom, parceria com Paulo César Pinheiro apresentada em disco de 1996, dez anos antes da edição original em CD do álbum Samba is our gift.
Por Mauro Ferreira – g1