Finlândia torna-se 31º membro da Otan; Rússia alerta sobre riscos
Moscou anuncia que pretende fortalecer capacidade bélica
No dia em que a Finlândia passa a integrar a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), coube ao ministro russo da Defesa, Serguei Choigu, redobrar os avisos de Moscou para as possíveis consequências da ação. Ele avisou que a adesão dos finlandeses e o reforço da prontidão de combate dos aliados ocidentais agravam o risco de um conflito em escala mundial.
Nessa segunda-feira (3), depois de o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, ter anunciado a oficialização da entrada da Finlândia na aliança atlântica, o vice-ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Alexander Grushko, anunciou que Moscou pretende fortalecer a capacidade bélica nas regiões Oeste e Noroeste do país.
O ministro russo quis deixar claro que a adesão da Finlândia “potencializa os riscos de uma expansão significativa do conflito” na Ucrânia. Contudo, ressalvou que não afeta o resultado da “operação militar especial” no território ucraniano.
Com a adesão da Finlândia, Shoigu reafirmou que o esforço da Otan para aumentar a força de combate aumenta também o risco de conflito. E que Moscou, portanto, que se vê obrigada a tomar medidas para garantir a segurança da Rússia em resposta à adesão da Finlândia à aliança militar.
o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, classificou a decisão de Helsinque, de ingressar no bloco, como uma invasão na segurança russa, acusando ao mesmo tempo a Otan de ser hostil com a Rússia. Para Moscou, trata-se de mais um agravamento da situação.
“A ampliação da Otan é um atentado à nossa segurança e aos nossos interesses nacionais”, declarou em entrevista, acrescentando que a Rússia foi forçada a “tomar contramedidas”.
“Vamos acompanhar cuidadosamente o que está acontecendo na Finlândia e como isso nos ameaça. Serão tomadas medidas de acordo com isso”, afirmou Peskov.
A Finlândia, segundo o porta-voz do Kremlin, “nunca se tornou antirrússia e não tivemos nenhuma discussão”. Mas a adesão à Otan “só pode afetar a natureza das nossas relações”, porque a aliança “é uma organização hostil com a Rússia”.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros da organização reúnem-se hoje no quartel-general da Aliança Atlântica, em Bruxelas, para discutir o apoio conjunto à Ucrânia.