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FILHO DE LAÍLA DIZ QUE O TÍTULO DA BEIJA-FLOR É A DESPEDIDA QUE O PAI MERECE

O titulo da Beija-Flor no carnaval desse ano pode ser considerada a grande despedida para Laíla, lendário diretor de carnaval e responsável pela maioria dos campeonatos da escola, que faleceu em 2021 por consequência da Covid.

Esse é o sentimento de Luiz Claudio Ribeiro, filho de Laíla, que esteve na quadra da escola em Nilopolis, na Baixada Fluminense, para comemorar a conquista.

“A ida do meu pai foi em um momento difícil da própria humanidade. Na nossa cabeça a gente sabia que um dia iria acontecer, ele mesmo falava. Aconteceu de ser precoce a ida. O modo de despedida deveria ter sido dentro da escola de samba. Isso não aconteceu”.

“E agora essa é a despedida ideal. Hoje ele vai conseguir espiritualmente descansar. É uma emoção incrível. Eu sei que ele lá em cima tá realizado. Ele sempre acreditou que existe um outro lado da vida e acho que isso hoje tá mais do que provado”, disse Luiz Claudio.

A escola levou para a avenida o enredo “Laíla de todos os santos, Laíla de todos os Sambas”, um tributo a Luiz Fernando Ribeiro do Carmo, mais conhecido como Laíla, que foi diretor de carnaval da escola.

“Pra gente é muito emocionante. Eu trabalhei com meu pai por muitos anos. Eu via a correria dele no barracão, na quadra, reunião, 24 horas por dia pensando e o carinho que ele demonstrava pela comunidade. Quando esse enredo foi criado havia um elo espiritual muito grande. E ai as coisas aconteceram. Eu chorei muito na quadra quando entrei no ensaio. É uma emoção só”.

“Só tenho que agradecer a escola por ter escolhido esse enredo e a essa comunidade por ter comprado. Foi sensacional. O resultado final tá ai”, disse o filho de Laíla.

A nilopolitana “gabaritou” 7 dos 9 quesitos. Tirou um 9.9 em Alegorias e Adereços e outro 9.9 em Harmonia — essas notas acabaram descartadas, e a escola encerrou a totalização com 270 pontos, o máximo possível.

Luiz Claudio assistiu a apuração na casa de amigos e correu pra quadra antes da confirmação do título. Segundo ele, o troféu era certo. “No intervalo a gente já veio pra quadra porque a gente já tinha dentro do próprio coração que ia ganhar. Na realidade, desde o início, quando eu entrei pela primeira vez na quadra, pela recepção da comunidade e a transmissão de carinho por ele, eu já tinha na minha mente que a gente seria campeão do carnaval”.

por Raoni Alves – G1

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