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FESTIVAL GASTRONOMIA PRETA TRAZ PALESTRAS SOBRE GASTRONOMIA E

APRESENTAÇÕES DE CHEFS EM PROGRAMAÇÃO GRATUITA NOS DIAS 25 E

26 DE NOVEMBRO NO CCBB RJ

O Festival Gastronomia Preta, que acontecerá no CCBB e na Praça da Pira Olímpica, nos

dias 25 e 26 de novembro de 2023, é um evento pensado para que as pessoas pretas

assumam seus papéis de destaque por meio da culinária. O evento gratuito possui seis

pilares, dentre eles a Cozinha Show Benê Ricardo, série de apresentações em que chefs

que vão preparar pratos ao vivo para o público, o Ciclo de Debates Mussum, mesas

redondas em que profissionais pretos de diversas áreas debatem sobre raça, diversidade

e gastronomia, o Espaço Ọmọ, que será conduzido pelo movimento Mães Negras do

Brasil, com a Sala de Jogos Africanos e uma Roda de Conversa sobre a ‘’Alimentação do

Futuro’’, e a Formação Profissional, com o curso Pretonomia, realizado entre setembro

e outubro deste ano. Os outros dois pilares são a Feira Gastronômica, montada na Praça

da Pira, e o Prêmio Gastronomia Preta, que vai revelar seus ganhadores em cerimônia

realizada no palco do Festival, também na área externa.

As conversas e apresentações acontecerão no 3º andar do CCBB Rio, gratuitamente,

mediante retirada de ingresso na bilheteria ou no site do CCBB. A sala de jogos do Espaço

Omô será montada no térreo.

“Em um ambiente que ainda é marcado pelas disfunções de uma sociedade que é

estruturalmente racista, evidenciar pessoas pretas em seus diferentes postos de

trabalho é preciso – e por isso em tão pouco tempo o movimento Gastronomia Preta

tem gerado reflexões na mídia e nos profissionais antirracistas. Possibilitar que

profissionais pretos e pardos tenham destaque ainda é algo que temos que lutar em

função de uma área fortemente marcada pelo apagamento das pessoas pretas. É

importante falar de sucesso.”, diz o responsável e criador do Festival, o pesquisador e

professor Breno Cruz, conhecido nas redes sociais como Preto Gourmet, e respeitado

#Pública

na mídia especializada em Gastronomia em função de sua trajetória com recorte em

raça, gênero e diversidade no segmento de Alimentos e Bebidas.

Sobre as homenagens a Benê Ricardo e Mussum, Breno considera que “o Festival em si

já é um convite à reflexão sobre a necessidade de criar rupturas com uma área que é

completamente eurocentrada. Queremos resgatar nossa ancestralidade por meio

dessas figuras que construíram nossa pauta no passado. Quem sabe daqui uns anos

quando virem o nome Benê Ricardo as pessoas não a associem diretamente à

Gastronomia? Mussum talvez seja mais conhecido porque esteve na TV, mas vamos

levar a importância do seu trabalho também para quem ainda não o conheceu.”

Cozinha Show Benê Ricardo

A chef Benê Ricardo foi a primeira mulher a se formar profissionalmente no Brasil no

começo da década de 1980, mas faleceu sem ter esse reconhecimento da mídia. Assim

como Benê Ricardo, vários(as) outros(as) profissionais sofrem com o apagamento do

povo preto nas cozinhas profissionais. A homenagem realizada pelo Festival

Gastronomia Preta surge como mais uma vertente que compõe o objetivo do evento, o

pretagonismo: “Conheci Benê Ricardo por meio de uma entrevista da chef Aline Guedes.

Foi então que tive conhecimento sobre a linda trajetória daquela chef de cozinha que

até então eu não tinha escutado. As pessoas precisam conhecer a história de Benê

Ricardo, a realização de pessoas como ela precisa ser contada como um caso de sucesso,

que é, não só pelo lado da superação”, conta Breno Cruz.

“O fato dela ser invisibilizada é uma das contribuições da chef Benê Ricardo para a

gastronomia brasileira. Ou seja, resgatar agora sua trajetória profissional é uma ruptura

para que tantas outras e outros profissionais da Gastronomia não passem pelo mesmo

apagamento. Adicionalmente, a mineira de Ouro Fino resistiu ao contexto racista e

sexista na área. Ela ganhou vários concursos e já nas décadas de 1980 e 1990 discutia

biodiversidade e insumos tipicamente brasileiros – o que hoje é bem valorizado na alta

gastronomia”, complementa o Preto Gourmet.

As aulas da Cozinha Show Benê Ricardo são para o público em geral, não só para chefs

ou profissionais de cozinha, que poderá acompanhar de perto a atuação dos

profissionais na preparação e finalização dos pratos. Para isso, uma cozinha será

montada no terceiro andar do CCBB RJ para receber as 8 aulas, em que os ouvintes

poderão ter acesso direto aos cozinheiros e chefs de cozinha e, claro, degustar os pratos.

PROGRAMAÇÃO DE SHOWS

ÁREA EXTERNA – PRAÇA DA PIRA

O match perfeito foi dado: boa música, cultura e comida. Essa união realça a importância do Samba na construção da cultura afro-brasileira e das identidades do povo preto. O Festival elegeu uma Escola de Samba Oficial – a Beija Flor de Nilópolis, que por anos destaca a luta do povo preto em seus enredos, para encerrar a festa com um show que promete fazer a Praça da Pira Olímpica cair no Samba. 

Mas a programação musical começa no sábado, com atrações como o Grupo Arruda, Verônica Bonfim e Jéssica Ayô, além de DJs que tocam durante os dois dias do Festival, com entrada gratuita. ‘É pele preta. É poder com tudo é se libertar’. É no embalo dessa gravação que o Prêmio Gastronomia Preta desde 2022 se nutre de esperanças. Logo, não poderíamos deixar de ter o grupo de samba que mais amamos nos dois dias de festa. O Grupo Arruda canta nossos sonhos de um mundo com menos dor para o povo preto e nos inspira de diferentes formas. É um sonho ter o Arruda com a gente.” – comenta Preto Gourmet, idealizador do Festival Gastronomia Preta.

SÁBADO, 25/11

12h às 13h, DJ Vhinny

13h às 14h, Jéssica Ayô

14h às 15h, DJ Vhinny

15h às 16h, Verônica Bomfim

16h às 16h30, DJ Vhinny

16h30 às 18h, Grupo Arruda

18h às 20h, DJ (encerramento )

DOMINGO, 26/11

12h às 13h, DJ Vhinny

13h às 14h, Jéssica Ayô

14h às 15h, DJ Vhinny

15h às 17h, Grupo Arruda

17h às 18h, Prêmio Gastronomia Preta

18h às 19h, Beija-Flor de Nilópolis

19h às 20h, DJ Vhinny (encerramento)

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