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FENAJ REPUDIA REPRESSÃO A JORNALISTAS E INDÍGENAS DURANTE O ACAMPAMENTO TERRA LIVRE

Entidade nacional dos jornalistas exige apuração rigorosa dos fatos

A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) manifestou na segunda-feira (15) seu mais veemente repúdio à repressão violenta promovida por agentes da Polícia Legislativa do Congresso Nacional e da Polícia Militar do Distrito Federal contra jornalistas, comunicadores indígenas e lideranças durante a marcha do Acampamento Terra Livre (ATL) ocorrida dia 10 de abril em Brasília. A informação é do site da CUT.

Em nota pública, a FENAJ denunciou o uso arbitrário de bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral contra profissionais da imprensa e representantes indígenas que apenas cumpriam seu papel de cobrir os atos e defender seus direitos. A entidade destacou que não houve qualquer provocação por parte dos comunicadores que justificasse a repressão violenta.

“A ação arbitrária também mirou equipamentos de trabalho, como drones, ferindo não apenas a integridade física dos profissionais, mas também o direito constitucional à liberdade de imprensa e de expressão”, afirma o texto.

A entidade também prestou solidariedade à deputada federal Célia Xakriabá (PSOL-MG), que foi alvo da mesma violência durante a manifestação, e denunciou o agravamento da violência institucional contra os povos indígenas no país. A FENAJ apontou que a repressão afeta particularmente os profissionais ligados a veículos e coletivos indígenas e populares, frequentemente expostos a riscos adicionais em razão de seu vínculo com movimentos sociais e comunidades marginalizadas.

A Federação classificou como “inadmissível” que o Congresso Nacional, símbolo da democracia, tenha se tornado palco de agressões contra comunicadores e a livre manifestação popular. Em apoio às denúncias feitas pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), que divulgou áudios com registros da violência, a FENAJ criticou a postura de setores do aparato de segurança pública, acusando-os de desprezar os direitos humanos e o Estado Democrático de Direito.

Como medida imediata, a FENAJ informou que exigirá a apuração rigorosa dos fatos e a responsabilização dos agentes envolvidos. A entidade reafirmou seu compromisso com a defesa da liberdade de imprensa, da segurança dos jornalistas e do direito à informação da sociedade brasileira.

“Não aceitaremos o silêncio imposto pela violência. Comunicar é um direito. Resistir é um dever”, conclui a nota.

O Acampamento Terra Livre reúne, anualmente, milhares de indígenas de diferentes regiões do país na capital federal para reivindicar a demarcação de terras, denunciar a violência contra os povos originários e reforçar a luta por direitos garantidos pela Constituição Federal. A repressão desta edição acendeu alertas sobre o tratamento dado às mobilizações indígenas e à atuação da imprensa em contextos de conflito político.

A FENAJ reforça que continuará vigilante diante de qualquer tentativa de cerceamento ao trabalho jornalístico e convocou a sociedade a se unir em defesa da democracia, da liberdade de expressão e da dignidade dos povos originários.

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