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FAZENDA SÃO BERNARDINO RENASCE DAS CINZAS COMO SÍMBOLO DE MEMÓRIA E CULTURA EM NOVA IGUAÇU

Por trás das ruínas silenciosas da Fazenda São Bernardino, escondida entre os verdes de Nova Iguaçu, repousa uma história que o tempo quase apagou. Fundada no século XIX, a propriedade foi símbolo do ciclo do café, sustentada pelo suor e sofrimento de centenas de pessoas escravizadas. Ali, entre a casa grande imponente, o terreiro de café, o engenho de cana e as senzalas, vidas foram silenciadas pela opressão — e pela história oficial.

Em 1980, um incêndio destruiu parte da estrutura, e desde então, a fazenda foi engolida pelo esquecimento. Até agora.

Quatro décadas depois, São Bernardino está prestes a renascer. Um ambicioso projeto de requalificação histórica e cultural promete transformar o local em um espaço vivo de memória, arte e inclusão social. A proposta é reerguer a casa grande, a senzala, o engenho e o terreiro, respeitando cada traço original, e dar novo significado a esses espaços — agora dedicados à cultura, à educação e à valorização da herança afro-brasileira.

Com investimento de R$ 1,5 milhão da Prefeitura de Nova Iguaçu, em parceria com o Governo do Estado e instituições privadas, o projeto prevê a criação de galerias de arte, bistrôs, livrarias, feiras culturais e um centro de memória voltado à ancestralidade e resistência.

Mais que um resgate físico, é uma reparação simbólica. Um lugar onde a história será contada por quem, por muito tempo, não teve voz.

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