
FALTA D’ÁGUA: CURSOS DA UFRJ, NO FUNDÃO, SUSPENDEM AULAS APÓS MANUTENÇÃO DA CEDAE
A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) suspendeu as aulas da manhã desta quarta-feira na Escola Politécnica, no Centro de Tecnologia (CT), e na Escola de Química, na Ilha do Fundão, devido à falta d’água. Segundo a universidade, a paralisação temporária do Sistema Guandu, da Cedae, na terça-feira, foi a causa do problema. A Cedae informou que a manutenção foi concluída às 19h40 do mesmo dia e que a captação e o tratamento da água foram retomados gradualmente.
Em nota, a UFRJ disse que as cisternas da Cidade Universitária ainda “estão enchendo” e lembrou que a regularização do abastecimento pode levar 72 horas ou mais após o restabelecimento total da produção do Sistema Guandu.
Segundo a Cedae, o prazo para normalização do abastecimento no Rio de Janeiro, Duque de Caxias, São João de Meriti, Nova Iguaçu, Mesquita, Nilópolis, Belford Roxo e Queimados “deve ser informado pelas concessionárias Águas do Rio, Iguá e Rio+Saneamento”.
Em nota, a Águas do Rio, que abastece a região da universidade, disse que, às 6h desta quarta-feira, o sistema operava com 94% da capacidade. A empresa ainda explicou que “aguarda autorização do Centro de Controle Operacional (CCO) do Instituto Rio Metrópole para restabelecer integralmente a produção de água”.
No dia 16 deste mês, a UFRJ publicou em sua página oficial que o Sistema Guandu passaria por uma paralisação na terça-feira. A Prefeitura Universitária pediu que as unidades acadêmicas armazenassem água e planejassem o consumo.
No X, alunos reclamam que o aviso da universidade sobre a suspensão das aulas foi dado em cima da hora.
Paralisação do fornecimento
A paralisação foi para a execução de obras de modernização do sistema, como a instalação de macromedidores — equipamentos capazes de medir grandes vazões de água, aumentando a precisão da medição do volume fornecido para as concessionárias, e permitir um melhor controle de perdas.
Também foram realizadas melhorias operacionais, incluindo ajustes técnicos, reparos e intervenções estruturais, para garantir mais eficiência e segurança ao sistema, e evitar eventuais paradas emergenciais.
— Esses serviços são essenciais para assegurar a continuidade da operação plena do sistema de produção de água. Com eles, conseguimos identificar e corrigir falhas preventivamente, além de aferir com mais precisão o volume de água fornecido pela Companhia às concessionárias — explica Daniel Okumura, diretor de Saneamento e Grande Operação da Cedae.
Entre as orientações da companhia, estavam adiar tarefas que exijam alto consumo durante o período da manutenção. A distribuição de água nas localidades atendidas é de responsabilidade das concessionárias Águas do Rio, Iguá e Rio+Saneamento, conforme as respectivas áreas de atuação.
Veja como fica o abastecimento para cada região
Águas do Rio – Centro, zonas Norte e Sul, e Baixada Fluminense
Durante a paralisação do sistema, com as redes de distribuição secas, a Águas do Rio informou que serão executados cerca de 40 serviços na capital (Centro e zonas Norte e Sul) e na Baixada Fluminense. Segundo a concessionária, as ações de melhoria não seriam possíveis em condições normais, e não gerarão impactos no fornecimento de água para regiões densamente povoadas.
A recomendação é que os consumidores armazenem água para necessidades básicas e adiem tarefas que demandem alto consumo até a regularização do sistema. A normalização do fornecimento de água é gradual e poderá levar 72 horas — ou mais — especialmente em áreas elevadas, situadas nas pontas do sistema de distribuição ou afetadas por eventuais ocorrências durante a etapa de regularização do serviço.
Iguá – 18 bairros da Zona Oeste do Rio
Ao longo da paralisação da ETA Guandu e enquanto houver impactos na sua área de concessão, a Iguá informou que prioriza o abastecimento aos serviços essenciais, tais como unidades de saúde e ensino. A companhia recomenda o uso consciente de água e permanece à disposição dos clientes pelos canais de atendimento no número 0800 400 0509 (telefone e WhatsApp).
Após a retomada da produção de água tratada pela Cedae, o fornecimento nas áreas de atuação da Iguá será retomado gradativamente, em até 72h. A normalização ocorre conforme o tempo necessário para a pressurização da rede e as características do sistema de distribuição em cada localidade. Nas regiões das extremidades do sistema, as chamadas “pontas de rede” e nas áreas mais elevadas, o retorno pode levar mais tempo.
A concessionária atende 18 bairros da Zona Oeste: Anil, Barra da Tijuca, Barra Olímpica, Camorim, Cidade de Deus, Curicica, Freguesia, Gardênia Azul, Itanhangá, Jacarepaguá, Joá, Pechincha, Praça Seca (parcial), Recreio dos Bandeirantes, Tanque, Taquara, Vargem Grande e Vargem Pequena.
Rio+Saneamento – 24 bairros da Zona Oeste do Rio
A Rio+Saneamento também aproveitou o período de paralisação para fazer intervenções no sistema onde atua. Estão previstos a instalação e a substituição de válvulas automatizadas, registros e ventosas, e o reparo de vazamentos que necessitam do fechamento da tubulação para serem executados. Haverá serviços em diferentes pontos da Zona Oeste, como nos bairros de Realengo, Campo Grande, Gericinó, Santíssimo e Santa Cruz.
O prazo de normalização da distribuição de água pela Rio+Saneamento nos bairros ocorrerá em até 72 horas ou mais, a depender da localidade, em pontas de rede e regiões elevadas, a contar do momento em que a Cedae retome em 100% a produção de água tratada.
A concessionária atende 24 bairros da Zona Oeste: Bangu, Barra de Guaratiba, Campo dos Afonsos, Campo Grande, Cosmos, Deodoro, Gericinó, Guaratiba, Ilha de Guaratiba, Inhoaíba, Jardim Sulacap, Jabour, Magalhães Bastos, Paciência, Padre Miguel, Pedra de Guaratiba, Realengo, Santa Cruz, Santíssimo, Senador Camará, Senador Vasconcelos, Sepetiba, Vila Kennedy e Vila Militar.
Os clientes podem entrar em contato pelo telefone 0800 772 1025, que também permite o envio de mensagem via WhatsApp.
Por O GLOBO