ESTUDANTES DA UFF DEMONSTRAM PREOCUPAÇÕES DENTRO DO CAMPUS
Em 2024, uma pesquisa dos Institutos Patrícia Galvão e Locomotiva revelou que 97% das mulheres têm medo de sofrer violência ao se deslocar pela cidade, com 80% delas afirmando sentir “muito medo”. Esses dados, baseados em depoimentos de mais de 4.000 mulheres de todo o Brasil, refletem uma realidade preocupante. Esse receio, entretanto, não se limita apenas às ruas. Dentro de instituições de ensino, como universidades, as mulheres também relatam insegurança. Fatores como a falta de iluminação, estrutura precária e baixo monitoramento agravam o problema, tornando os espaços acadêmicos vulneráveis a atitudes de violência. Um caso alarmante ocorreu na Universidade Federal Fluminense (UFF) em 10 de outubro, quando um estudante de medicina veterinária praticou importunação sexual contra alunas no campus do Gragoatá, em Niterói. Durante a abordagem policial, foram encontrados na mochila do acusado uma bomba peniana, Viagra e sedativos. O homem, com seis passagens pela polícia, foi afastado cautelarmente da universidade por 60 dias. A decisão, no entanto, gerou insatisfação entre os alunos, que acharam a punição insuficiente.
Além desse incidente, outro caso grave de violência sexual foi registrado na universidade, quando uma estudante de direito foi estuprada dentro da sala da atlética do curso. A atlética suspendeu o aluno envolvido enquanto o caso era investigado. A Universidade manifestou seu repúdio contra a violência e reforçou seu compromisso com a apuração rigorosa. Estudantes ouvidas pelo O SÃO GONÇALO expressaram suas preocupações com a segurança no campus. Livia Sant’Anna, estudante de jornalismo, destacou que se sente insegura à noite devido à falta de cobertura adequada da segurança universitária. Marianna Villela, estudante de design industrial, também se sentiu vulnerável após os casos de assédio, criticando as ações da universidade como ineficazes. Gabriella Sardoux, estudante de publicidade, mencionou a falta de iluminação no caminho até o prédio do seu curso, o que agrava ainda mais a sensação de risco.