ERÊ – UM MERGULHO NA CULTURA AFRO-BRASILEIRA
O espetáculo infantil ERÊ, baseado no livro homônimo de Jaciana Melquiades e Leandro Melquiades, ganha nova circulação pelo projeto Sesc Pulsar, passando pelas unidades do Sesc Barra Mansa, Campos, Nova Friburgo, Ramos e Quitandinha. Com direção de Luiza Loroza e atuação de Júnior Dantas, a produção é assinada por Júlio Luz, da produtora Lamparina Produções Culturais.
Publicada em 2014, a obra narra as experiências de uma criança “esperta, criativa, inventiva e curiosa”, que estabelece uma conexão profunda com sua ancestralidade negra através do conhecimento das pinturas corporais das etnias africanas. Ao longo da história, o protagonista adquire esse conhecimento e se envolve com sua própria história e cultura.
“Erê é um sonho sendo realizado. O personagem nasceu em 2013, com finalidades lúdico-educativas. Em 2014 virou livro e foi para as escolas de educação infantil do Município do Rio e agora virou espetáculo. Estamos muito felizes com esse passo e com a possibilidade de levar essa história para mais crianças ainda”, conta Jaciana Melquiades, uma das autoras.
A palavra “ERÊ” tem origem no idioma iorubá e significa “brincar”. No ritual do Candomblé, o ERÊ surge após o transe do Orixá, estabelecendo a ligação entre o iniciado e a Divindade. ERÊ não é uma pessoa, mas uma manifestação de liberdade, leveza, alegria e vulnerabilidade, encontrada no ponto de equilíbrio entre a consciência humana e a inconsciência do Orixá.
O personagem Erê é um menino falante, vigilante e cheio de ideias e reflexões, que estabelece diálogo com o público, compartilhando seus pensamentos mais elaborados e apresentando conhecimentos sobre aspectos das culturas africanas, utilizando a pintura corporal como meio de expressão. Em interação direta com a plateia, ele questiona padrões existentes na sociedade, utiliza sua criatividade para se conectar com sua ancestralidade e recebe ajuda de personagens inesperados, repletos de referências afrocentradas, em sua jornada.
“Erê é, em metáfora, uma busca incessante pela ancestralidade, e o cenário feito de espelhos, como um portal, revela que o caminho é para dentro”, explica Luiza Loroza, diretora do espetáculo.