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EM DIA DE COPOM, CENTRAIS SINDICAIS PROTESTAM CONTRA JUROS ALTOS E PRESSIONAM POR NOVO CORTE

Trabalhadores denunciam que os juros altos aumentam o custo da dívida pública e beneficiam apenas o setor financeiro, prejudicando o desenvolvimento da economia real

Representantes das centrais, confederações e sindicatos promoveram nesta quarta-feira (20) protestos em todo o país para pressionar o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), a reduzir a taxa básica de juros (Selic). Em São Paulo, os trabalhadores protestaram em frente ao prédio do BC, na Avenida Paulista, na região central da capital. O grupo levou bandeiras e um carro de som, ocupando a calçada em frente ao edifício.

O Copom começou ontem a reunião para definir a nova taxa de juros. O BC deve divulgar a decisão no final da tarde. A expectativa praticamente unânime do mercado é por uma nova redução de 0,5 ponto percentual na taxa Selic, assim como ocorreu na última reunião. Assim, a taxa básica de juros, que estava em 13,75% desde agosto do ano passado, está fixada atualmente em 13,25%

“Essa redução acontece depois de intensa pressão dos movimentos sociais, da sociedade e do governo federal”, lembra a vice-presidenta da CUT e presidenta da Confederação Nacional das Trabalhadoras e dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira. Para as centrais, a redução precisa ser ainda maior, dados os efeitos negativos dos juros altos no desenvolvimento da economia.

“Nossa campanha é por emprego e renda, porque a Selic elevadíssima reflete nas taxas de juros cobradas pelas instituições financeiras no crédito, o que prejudica o investimento produtivo e atrapalha a economia”, explicou.

Sondagem do Dieese mostra que, cada ponto percentual na Selic significa aumento do custo anual da dívida pública de cerca de R$ 38 bilhões. “Estamos falando de mais dinheiro, do Estado brasileiro, pago, em sua maioria, para instituições financeiras, que são as maiores detentoras hoje dos títulos da dívida pública, portanto, menos recursos para infraestrutura, educação e saúde”, frisou Juvandia.

Roberto Campos na mira – Identificado com o governo anterior, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, foi um dos alvos das manifestações. “Campos Neto tem que sair já, pois ele não representa o governo do momento. Ele representa o governo que passou, ele representa o retrocesso e o que está para trás, pouco emprego e baixa atividade econômica. Se Campos Neto sai, o juro cai”, afirmou o secretário-geral da Contraf-CUT, Gustavo Tabatinga,

No Rio de Janeiro, em frente à sede do BC na capital fluminense, Campos Neto também foi criticado. A presidenta da Federação das Trabalhadoras e Trabalhadores no Ramo Financeiro do Estado do Rio de Janeiro (Federa-RJ) e vice da CUT estadual, Adriana Nalesso, destacou que a atual política do presidente do BC só atende aos interesses de banqueiros e especuladores.

 “Os juros impactam diretamente na economia do país. O setor financeiro é quem mais lucra com estas taxas. Banco do Brasil, Caixa, Itaú, Bradesco e Santander faturaram, somente neste primeiro semestre, R$ 54 bilhões. Só quem ganha com esta política de juros altos são os especuladores e banqueiros”.

Além das manifestações de rua, as Centrais também mobilização pelas redes sociais, com a hashtag #JurosBaixosJá, marcando o BC nas postagens.

Por Rede Brasil Atual

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