ELEIÇÕES NA ARGENTINA: APESAR DE VITÓRIA DE MILEI NAS PRÉVIAS, DISPUTA ESTÁ BASTANTE ABERTA, DIZEM ANALISTAS
Para cientistas políticos, três candidatos têm chances de serem eleitos: Javier Milei, Patricia Bullrich e Sergio Massa.
O economista Javier Milei, candidato de extrema direita à presidência da Argentina, ficou em primeiro nas prévias eleitorais no domingo (13), com 30% dos votos. Mas as duas principais coligações adversárias ficaram bastante perto do vencedor nessa fase inicial da corrida – terminaram com 28% e 27% (veja detalhes no infográfico mais abaixo).
Diante de uma disputa tão acirrada, a perspectiva é a de um cenário imprevisível para o primeiro turno, que acontece em 22 de outubro. Essa é a avaliação de cientistas políticos argentinos ouvidos pelo g1. Para eles, a disputa está muito aberta.
“O resultado do primeiro turno é completamente imprevisível, e a votação nas prévias geraram mais incertezas do que tínhamos antes das eleições”, afirma Federico Zapata, diretor da consultoria Escenarios.
Já Maria Esperanza Casullo, professora da Universidad Nacional de Río Negro, diz que a corrida está aberta: “Matematicamente, é quase um empate, mas o sentido político não é esse”. Para ela, a “leitura” política do resultado é a seguinte:
Milei claramente “ganhou”, já que, antes das previas, ninguém o colocava em primeiro.
A frente Juntos pela Mudança (grupo político do ex-presidente Maurício Macri, cuja candidata à presidência é Patricia Bullrich) perdeu, porque, seis meses atrás, os analistas locais acreditavam que a coligação terminaria as prévias com dez pontos percentuais de vantagem sobre o segundo colocado.
O peronismo (movimento ligado ao ex-presidente Juan Domingo Perón que, nas eleições, são representados por Sergio Massa), não ganhou nem perdeu – por um lado, esteve abaixo de seu piso histórico, mas não foi tão mal como se pensava há um mês.
Como foram as prévias:
As prévias servem para definir quem serão os candidatos de cada partido (como os eleitores só podem escolher uma coligação em que votar, também funciona como uma pesquisa de grande precisão) e também para elimiar os candidatos nanicos, que têm menos de 1,5%.
O resto das eleições são parecidas com as brasileiras, com primeiro e segundo turnos –apesar de haver diferenças nas regras para definir uma vitória num único turno.
As datas das votações na corrida presidencial são as seguintes:
– 13 de agosto: prévias
– 22 de outubro: primeiro turno
– 19 de novembro: segundo turno
Por Felipe Gutierrez, g1