“EDUCAÇÃO NÃO É DESPESA, É INVESTIMENTO”
“O ser humano tem duas saídas para enfrentar o trágico da existência: O sonho e o riso. Ariano Suassuna
Em 2024, me arrebataram, “Minha Amiga Genial” – serie baseada na tetralogia napolitana de Elena Ferrante, produtor Paulo Sorrentino e “TRANSE” – filme de Carolina Jabor e Ane Pinheiro, desafiadora linguagem, ao mesmo tempo documentário e ficção, estrelado pelo talento múltiplo de Luiza Arraes,
“TRANSE” narra a perplexidade de jovens liberais nos costumes, politicamente à esquerda, acachapados pela força da linguagem de líderes à direita, sem um contraponto no seu campo.
“O meio é a mensagem” disse, há 50 anos, Marshall Macluhan. “Toda tecnologia cria um ambiente humano totalmente novo.”
Há algo em comum nos fenômenos eleitorais Milei, Trump e o Capitão, de 2018; domínio das novas mídias, histrionismo e magia de “clown”.
Hoje, o clamor mais forte do brasileiro é segurança, sem óbvia resposta, com força simbólica nos líderes políticos, fora a direita.
Estados se formam para promover a segurança pessoal, coletiva e jurídica. Hoje, chega-se a questionar a capacidade de nossa “democracia” de garantir a Segurança do cidadão.
O debate maniqueísta equivocado, contrapõe autoridade à democracia, no fim do dia, o conteúdo material da vontade majoritária.
Afinal, a violência urbana, política, a impotência do aparato estatal frente aos tiroteios e assaltos à luz do dia, deixa todos perplexos.
Em eleições majoritárias o discurso é decodificado, principalmente, no inconsciente e não pelo racional, fala-se o idioma das metáforas, com a simbologia e a gramática dos sonhos.
A inflação, o preço dos alimentos, das bebidas e juros elevados influenciam o eleitor que vota com o bolso e o imaginário, sempre.
A próxima eleição renovaria o dilema de TRANSE, caso Lula não venha ao pleito, não há tempo para construção de uma persona alternativa, “Mito”, “Clint Eastwood” … “Xerife” – no imaginário do eleitor, guardião da segurança pessoal e familiar.
Ainda, em metáfora cinematográfica: o “physique du rôle”, história e discurso, de Alexandre de Moraes, poderiam levar o diretor de elenco a chamá-lo para o papel mitológico/eleitoral, de Paladino da Segurança e Autoridade Democrática, na ausência do protagonista natural.
O perfil mitológico/eleitoral do Presidente lhe é peculiar, neste “Olimpo Moderno”, ademais demonstra renovada disposição ao protagonismo, quando desafia a ortodoxia macroeconômica:
“EDUCAÇÃO NÃO É DESPESA, É INVESTIMENTO”, traduzido em micro economês; Educação não é OPEX, é CAPEX.
Cabe aos expoentes da economia à esquerda, centro esquerda e liberais solidaristas, darem substância ao discurso.
Afinal, em 1806, D. João trás “o primeiro curso superior, com dois séculos e meio de atraso”, quando na América hispânica, já, havia 23 universidades.
A tipografia, atrasou 360 anos e tínhamos menos de 2% de alfabetizados, nos EUA, eram 70% e na Inglaterra, 55%. (#) Jorge Caldeira
“Se os governantes não construírem escolas, … vai faltar dinheiro para construir presídios.” Darcy Ribeiro, há 40 anos.
Lula será o cavalo do páreo, colado a um grande Projeto, um legado para 25/30 anos, Projeto de Nação, não de um Governo, apenas:
Talvez, “ESCOLA PARA TODOS”, “Tempo Integral, 3 refeições, esporte, ambulatório e farmácia”.
Como recursos são finitos, administrar é definir prioridades, escolher seus usos. Assim: “Mais educação, menos juros!” (Hoje, R$ 0,18 tri e R$ 1,0 tri.)
Economistas ortodoxos dirão: “aumentar alocação em educação inflaciona, já, em juros reduz a inflação.”
A questão não é técnica, a questão é política!
Por Helio Paulo Ferraz
