DEPUTADOS BOLSONARISTAS PEDEM A TARCÍSIO E NUNES CORTE DE VERBAS PARA A VAI-VAI EM 2025
Após repúdio de delegados e da bancada da bala em Brasília, que não gostaram das críticas à polícia em desfile que mostrou também a repressão ao movimento Hip Hop, deputados bolsonaristas pediram punição à escola de samba
Os parlamentares estaduais paulistas Capitão Augusto e Dani Alonso, ambos do PL, enviaram ofício ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e ao prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), pedindo punição à escola de samba Vai-Vai. Os bolsonaristas querem que as autoridades vetem recursos para a agremiação para o carnaval de 2025.
Para os deputados, a escola ofendeu as instituições policiais. Em desfile no último sábado (10), a Vai-Vai levou ao sambódromo do Anhembi um enredo homenageando o Hip Hop. Em uma das alas, componentes fantasiados de policiais do Batalhão de Choque usavam chifres e asas vermelho-alaranjadas, em alusão a demônios. Em reação às fantasias houve protestos da Frente Parlamentar de Segurança Pública da Câmara, a chamada bancada da bala. E também de entidade que representa os delegados de polícia.
“Proponho que a escola de samba Vai-Vai seja proibida de receber qualquer forma de recurso público no próximo ano fiscal, como forma de sanção pela conduta irresponsável e ofensiva demonstrada. Tal medida não apenas servirá de punição apropriada, mas também como um claro sinal de que ofensas contra as instituições e profissionais de segurança não serão toleradas em nosso Estado”, diz o ofício encaminhado a Tarcísio e a Nunes.
Escola teria “demonizado” a polícia
Até a tarde de ontem (13), o prefeito paulistano disse que ainda não havia recebido o ofício, mas que iria analisar o pedido. Para parlamentares da bancada da bala da Câmara, a Vai-Vai “demonizou” a polícia. “A que ponto chegamos?”, questionou o deputado Alberto Fraga (PL-DF), presidente da frente e 1º vice da Comissão de Segurança Pública da Casa. “Torço para que uma escola de samba que promove esse tipo de absurdo seja rebaixada”, disse o deputado Sargento Gonçalves (PL-RN).
Em nota divulgada na segunda (12) pela escola de samba, não houve intenção de promover “qualquer tipo de ataque individualizado ou provocação”. “É de conhecimento público que os precursores do movimento hip-hop eram marginalizados, sofrendo repressão e sendo presos, apenas por dançarem e adotarem um estilo de vestimenta considerado inadequado. O que a escola fez foi inserir os acontecimentos históricos no contexto em que eles ocorreram.”
Redação: Cida de Oliveira, com jornal O Estado de S.Paulo