O seu canal de Noticias

CRISE EM SÃO JOÃO DE MERITI: LIXO, CARNAVAL CANCELADO E SALÁRIOS ATRASADOS

Depois de Belford Roxo, São João de Meriti tornou-se a segunda cidade da Baixada Fluminense a decretar calamidade financeira em 2025. Nas eleições de 2024, ambos os municípios elegeram novos gestores após derrotas dos candidatos apoiados pelos prefeitos anteriores. Em Meriti, o atual prefeito, Léo Vieira (Republicanos), justificou o decreto alegando um déficit de R$ 400 milhões nas contas públicas.

Como parte das medidas emergenciais, Vieira anunciou cortes de 30% em contratos administrativos, exceto nos serviços essenciais, e uma redução de 20% na folha de pagamento dos servidores. Até o carnaval de rua foi suspenso, com a promessa de que os recursos seriam redirecionados para áreas prioritárias. Segundo a prefeitura, em um cenário mais favorável, o evento poderá ser retomado em 2026. As medidas do decreto têm validade inicial de quatro meses.

A crise impacta severamente os serviços públicos. Unidades de saúde operam em capacidade reduzida, comprometendo até emergências. A coleta de lixo também é um problema grave, com relatos de acúmulo de resíduos, mau cheiro e proliferação de insetos e roedores. A prefeitura realizou um mutirão emergencial, recolhendo mais de 5 mil toneladas de lixo em dez dias. Uma nova etapa busca atender vias secundárias.

Vieira afirma que recebeu apenas R$ 400 mil em caixa para uma folha salarial de R$ 35 milhões, além de um bloqueio federal de R$ 18 milhões devido à inadimplência. Ele também responsabiliza o ex-prefeito Dr. João por usar recursos da última parcela do leilão da Cedae para pagar fornecedores e parte da folha.

Por outro lado, Dr. João defende-se, alegando que a dívida é herdada de gestões anteriores e critica o aumento no número de secretarias em 2025. Ele acusa Vieira de agir politicamente para prejudicar sua imagem.

A crise financeira não é exclusiva de Meriti. Em Belford Roxo, o prefeito Márcio Canella (União) também decretou calamidade financeira, alegando um déficit de R$ 216 milhões e restos a pagar superiores a R$ 200 milhões. Segundo o economista Mauro Osório, a Baixada Fluminense precisa de uma política integrada de infraestrutura com apoio estadual e federal para superar o histórico ciclo de abandono e dificuldades financeiras.

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.