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COSAN E FUNDO DE PENSÃO DOS EUA COMPRARAM TERRAS DE ACUSADOS DE GRILAGEM NO BRASIL

Documentos revelam sociedade entre TIAA e Cosan para comprar terrenos e evitar leis que limitam compras a estrangeiros

A Agência Pública e a OCCRP tiveram acesso a mais de 100 GB de arquivos da Cosan S.A., incluindo documentos de venda, registros de compra de terra e documentos legais, além de auditorias internas, apresentações e e-mails que revelam como a gigante brasileira da indústria de açúcar e a Teachers Insurance and Annuity Association of America (TIAA) abriram diversas empresas de propriedade conjunta e passaram a comprar terras no Brasil – muitas destas de pessoas investigadas ou acusadas de grilagem. 

Os arquivos foram disponibilizados para download pelo grupo de ativistas Distributed Denial of Secrets e analisados em conjunto com dados do Sistema de Gestão Fundiária (Sigef) obtidos pela reportagem. Uma das planilhas vazadas lista mais de mil lotes comprados conjuntamente pela Cosan e pela TIAA, que gerencia fundos de pensão bilionários de professores e servidores públicos dos EUA, entre 2008 e 2018. 

Ao longo dos anos, as duas abriram diversas empresas em conjunto, sendo as principais a Radar Propriedades Agrícolas S.A., Tellus Brasil Participações S.A., Janus Brasil Participações S.A. e Radar II Propriedades Agrícolas S.A. A partir destas, surgiram dezenas de empresas menores, denominadas como “sociedades de propósito específico”, por meio das quais a TIAA e a Cosan adquiriram seu crescente portfólio. Essa estrutura societária possibilitou à TIAA e à Cosan cortar tributos e abrir brechas nas leis que limitam a compra de terras por estrangeiros no Brasil.

Boa parte das propriedades se encontra na região do Matopiba — que se estende por territórios dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia —, apontada como a nova fronteira do agronegócio.

Por- 247

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