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CORDILHEIRA DO ESPINHAÇO, O DESTINO PARA AMANTES DO ECOTURISMO

A segunda maior cadeia de montanhas da América Latina e a única cordilheira do Brasil é o mais novo destino para quem busca imergir na natureza! A Cordilheira do Espinhaço, que se divide entre Minas Gerais e a Bahia, abriga cânions, cachoeiras, cavernas e rios, além de cidades históricas e uma rica biodiversidade, que deram a este lugar o título de Reserva Mundial da Biosfera. Venha conhecer mais sobre esse destino com a gente!

As grandezas da cordilheira brasileira

Reunindo três dos seis biomas do Brasil, a Cordilheira do Espinhaço se estende por aproximadamente mil quilômetros, desde o sul de Minas Gerais até o sul da Bahia. Esse conjunto de montanhas é uma das sete Reservas da Biosfera do nosso país, título concedido pela Unesco para reconhecer e salvaguardar territórios com biodiversidade rica e complexa. 

Cordilheira do Espinhaço

Foto: Artistas Turmalina

O Espinhaço conecta 100 unidades de conservação e três mosaicos regionais, um modelo de gestão integrada de áreas protegidas próximas. Além disso, esse extenso território é lar de animais e plantas muito importantes para a biodiversidade nacional. Alguns animais comuns nessa região são o lobo guará, a suçuarana, o carcará, a onça-pintada e, inclusive, uma espécie de ave rara do Cerrado — a rolinha-do-planalto. No meio deste caminho é possível ver espécies endêmicas, como ipês, embaúbas, candeias e sempre-vivas. Estima-se que 70% de todas as sempre-vivas do mundo estejam no Espinhaço. Por ali, também encontramos as nascentes de três dos principais rios de Minas Gerais: São Francisco, Doce e Jequitinhonha.

A Cordilheira do Espinhaço compreende 172 municípios de dois estados diferentes. Alguns destes destinos já são bastante conhecidos, como Diamantina e Ouro Preto, outros são vilarejos repletos de história e belas paisagens esperando para você conhecê-los.

Cordilheira do Espinhaço

Foto: Artistas Turmalina

Cordilheira do Espinhaço: ecoturismo, história e cultura

Lançada em março deste ano como destino turístico de natureza, a Cordilheira do Espinhaço conta com o envolvimento do Governo de Minas, o Sebrae, a Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura (Abeta) e o Comitê Estadual da Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço, além dos municípios de Bocaiúva, Botumirim, Cristália, Grão Mogol, Itacambira, Montes Claros, Olhos D’água e Turmalina.

Para quem busca se conectar com a natureza, os roteiros da Cordilheira do Espinhaço incluem atividades de cicloturismotrekkingobservação de avescaminhada em trilhas históricas e mergulhos em águas cristalinas.

Também há opções para as pessoas que curtem atividades culturais, como visitar igrejas centenáriasconhecer o processo de garimpo artesanalaprender sobre a criação de artesanato em barroconferir a produção de vinho e apreciar a culinária regional.

O Espinhaço é um grande resquício da nossa história, guardada nas rochas, na arte, nas construções e contada pelas pessoas que viveram e vivem nesse lugar especial.

Cordilheira do Espinhaço ecoturismo

Foto: Vanderlei Lopes

Foto: Vanderlei Lopes

Grão Mogol: seu destino da Cordilheira do Espinhaço

Um dos municípios responsáveis pela articulação desse novo destino é Grão Mogol, localizado no norte de Minas Gerais. A cidade com quase 14 mil habitantes, segundo o último censo do IBGE, já foi considerada uma das mais importantes do país, já que foi o segundo lugar onde descobriram diamantes no Brasil.

O antigo Arraial da Serra de Grão Mogol se tornou cidade em 1858 e seu Centro Histórico, que abriga construções em pedra e madeira em estilo colonial, foi tombado como patrimônio cultural pelo IEPHA. Por lá, é possível visitar a igreja Matriz de Santo Antônio, escolhida como uma das dez imperdíveis de Minas Gerais, a Capela do Rosário, a Casa da Cultura e a terceira loja maçônica mais antiga do estado.

Grão Mogol

Capela do Rosário, em Grão Mogol

Mas se engana quem pensa que Grão Mogol é apenas sobre história colonial! A cidade também tem se destacado pelas produções artesanais e pelas expressões artísticas locais. Entre os atrativos culturais que merecem sua visita estão:

  • Casinha do Garimpo: um espaço cultural e café com o propósito de preservar a história da cidade e a memória dos garimpeiros.
  • Grão Detalhe: a Associação Graomogolense dos Artesãos criou a marca para homenagear a riqueza da fauna e da flora do cerrado em suas peças. Entre os produtos estão os pesos de porta em formato de mandacaru, almofadas que lembram cactos e adornos para paredes com desenhos de pássaros.
  • Vale do Gongo: já pensou em visitar uma vinícola e ainda participar de uma degustação de vinhos com culinária regional em um casarão histórico? Essa experiência une a produção de vinhos sertaneja com a história da região.
  • Presépio Natural Mãos de Deus: a cidade abriga o maior presépio permanente a céu aberto do mundo, feito por dois grandes artistas mineiros, em peças esculpidas em cimento, ferro e pedras.

Grão Mogol

Grão Mogol é repleto de trilhas e cachoeiras

Para quem ama fazer atividades na natureza, a cidade possui quedas d’água, como a Cachoeira Véu da Noiva, a Cachoeira da Fumaça e a Cachoeira do Coronhas, e trilhas que podem ser percorridas de bicicleta ou a pé, como a Trilha do Barão, pavimentada em cantarias (pedras irregulares) e margeada por muros de arrimo em rocha, e a Trilha da Tropa, com ruínas de antigas construções do período colonial. Localizada em uma região de transição entre o semiárido e o Cerrado, a cidade é rodeada pelo Parque Estadual de Grão Mogol.

Abeta Summit 2023 – Cordilheira do Espinhaço

Grão Mogol será a cidade sede do Abeta Summit 2023 – Congresso Brasileiro de Ecoturismo e Turismo de Aventura. O evento, que acontece de 25 a 28 de outubro, tem o objetivo de conectar empresários, gestores públicos, consultores, acadêmicos, guias e ativistas do turismo de natureza para destacar projetos turísticos, valorizar os destinos de natureza e debater as perspectivas desse segmento no cenário nacional.

Em sua vigésima edição, o Abeta Summit vai discutir temas importantes do turismo brasileiro, como seus impactos no clima, a influência dos povos originários e assuntos relacionados à diversidade, acessibilidade e tecnologia. Serão mais de 50 horas de conversas, workshops, mesas de debates empresariais e 77 palestrantes convidados

O evento, que já foi realizado na Mantiqueira, Ilhabela, Três Coroas e em São Paulo, este ano se propõe a apresentar e promover os atrativos da Cordilheira do Espinhaço para profissionais do turismo de aventura de todo o país.

Por Lucas Oliveira

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