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CONSULTÓRIO NA RUA: EQUIPE DE SAÚDE DA PREFEITURA DO RIO ATENDE PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA

Iniciativa leva atendimento médico, primeiros socorros e exames para pessoas que estão em situação de vulnerabilidade.

A Prefeitura do Rio ampliou o atendimento do Consultório na Rua e agora atende a todas as regiões do município. Ao todo, são 118 bairros atendidos pelo programa, que leva atendimento médico a pessoas em situação de rua.

Atualmente, a prefeitura conta com 13 times espalhados por todas as regiões. O principal objetivo é ampliar o acesso da população em situação de rua a serviços de saúde, em uma tentativa de diminuir o abismo criado pela vulnerabilidade extrema.

Consultório na Rua: equipes de saúde saem dos consultórios para atender pessoas vulneráveis no Rio — Foto: Pâmela Araújo/SMS

Consultório na Rua: equipes de saúde saem dos consultórios para atender pessoas vulneráveis no Rio — Foto: Pâmela Araújo/SMS

Segundo um levantamento da própria prefeitura, a quantidade de pessoas nessa situação aumentou 8,2% de 2020 para 2022, ou seja, no período da pandemia.

São quase 8 mil pessoas em situação vulnerável, sendo 82% homens e 84% pretos ou pardos. Os números deixam evidente que há um perfil para as pessoas sem endereço fixo na capital.

O programa foi criado em 2011 e recebeu mais recursos nos últimos 2 anos, o que possibilitou a expansão do atendimento para todas as regiões e um aumento de 40 bairros contemplados.

Programa Consultório na Rua recebeu ampliação da prefeitura do Rio — Foto: Divulgação/Prefeitura do Rio

“A importância das equipes é justamente ajudar e facilitar o acesso dessas pessoas que, historicamente, têm muita dificuldade de acesso às políticas públicas. O principal objetivo das equipes, além do atendimento integral em saúde, é garantir que essas pessoas acessem o SUS”, explica a gerente da área técnica de Consultório na Rua, Fabiana Baraldo.

Consultório na Rua foi ampliado e atende todas as regiões do Rio — Foto: Divulgação/Prefeitura do Rio

Consultório na Rua foi ampliado e atende todas as regiões do Rio — Foto: Divulgação/Prefeitura do Rio

Cada equipe é composta por médico, enfermeiro, técnico de enfermagem, agente social, psicólogo e assistente social. Algumas delas também contam com terapeuta ocupacional.

Os atendimentos vão de primeiros socorros a internações. Cuidados com a saúde mental, bucal e pré-natal também são feitos. Após o atendimento, os pacientes são cadastrados e têm acompanhamento posterior, como vacinação.

  • Veja a lista de abrigos municipais no site.

O médico Laio Victor, que atende nas ruas do Jacarezinho há 1 ano, lembra do episódio em que uma paciente estava com insuficiência cardíaca grave.

“Eu já precisei examinar uma paciente deitada sobre uma placa de concreto, debaixo de um viaduto, auscultar o coração e examinar o abdômen para começar a investigar o que viria a ser uma insuficiência cardíaca grave. Conseguimos encaminhá-la para um hospital para estabilizar o quadro e realizar exames. Agora eu sigo tratando dessa paciente no consultório e com visitas ao lugar em que ela costuma dormir para entregar as medicações e examiná-la”, conta.

O principal desafio não tem sido a receptividade dos pacientes, mas sim a falta de recursos apropriados nos ambientes onde o atendimento ocorre.

Consultório na Rua: equipes de saúde saem dos consultórios para atender pessoas vulneráveis no Rio — Foto: Pâmela Araújo/SMS

“Na rua não temos macas, cadeiras, computador para registrar em prontuário eletrônico, e nem a privacidade de um consultório fixo para algumas situações”, diz o médico.

A enfermeira Danielle Nogueira, que atua há 2 anos na equipe da Clínica da Família Marcos Valadão, em Acari, diz que alguns profissionais conseguem ter experiências bem-sucedidas, como curas para casos de tuberculose.

“A gente busca trazer visibilidade para esse público que só é visível quando incomoda. São pessoas muito presentes no território e muito pouco notadas pela sociedade civil. A gente trabalha levando acesso para elas, levando dignidade para que tenham direitos como cidadãos que são, e para que possam exercer a sua cidadania e ter direito ao SUS”, diz a enfermeira.

Por Thaís Espírito Santo*, g1 Rio

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