COM CIRURGIAS SUSPENSAS E 42 LEITOS FECHADOS, HOSPITAL DO ANDARAÍ TEM TOMÓGRAFO LEVADO SEM AUTORIZAÇÃO
Equipamento avaliado em R$ 1 milhão foi retirado por uma ONG de Nova Iguaçu. A Justiça determinou que o tomógrafo seja devolvido.
O Hospital Federal do Andaraí, na Zona Norte do Rio, enfrenta uma série de problemas graves, desde falta de medicamentos para quimioterapia até o sumiço de um tomógrafo avaliado em R$ 1 milhão. Relatórios apontam para 42 leitos fechados, escassez de profissionais médicos e equipamentos caros armazenados sem uso.
A denúncia mais recente envolve o desaparecimento do tomógrafo, retirado por funcionários da ONG Associação Brasileira Saúde para Todos (ABRAST), sem registro formal de doação. A direção do hospital registrou um boletim de ocorrência na Polícia Federal e na Controladoria Geral da União (CGU). O equipamento, vital para exames, foi retirado sem aviso prévio, deixando a unidade com apenas um tomógrafo em funcionamento.
Além disso, uma carta anônima recentemente expôs a situação precária do hospital, apontando para compras questionáveis de equipamentos radiológicos caros, enquanto recursos básicos escasseiam. Imagens internas mostram equipamentos encaixotados nos corredores há seis meses, e placas de energia solar estão abandonadas sem instalação.
Funcionários relatam um ambiente de caos, com pacientes oncológicos sem acesso à quimioterapia e cirurgias complexas suspensas. A falta de médicos disponíveis levou ao fechamento da emergência para novos pacientes, concentrando os esforços nos já internados.
Apesar do orçamento substancial de R$ 109 milhões em 2023, a qualidade do atendimento no Hospital do Andaraí continua a deteriorar-se. A indicação política de diretores, revelada no ano passado, levantou suspeitas sobre a gestão da unidade.
A direção do hospital respondeu afirmando que os equipamentos adquiridos foram licitados corretamente e que o tomógrafo retirado está em processo de desfazimento. A Associação Brasileira Saúde para Todos alega ter seguido procedimentos autorizados pela unidade. Porém, as respostas deixaram questões cruciais sem resposta, como a falta de leitos e a retomada do tratamento para pacientes em quimioterapia.