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COM ARCE, OLIMPIA MARCOU 75% DE SEUS GOLS EM BOLAS AÉREAS; FLUMINENSE TEM PROBLEMAS NESTE QUESITO

Arma dos paraguaios que eliminou o Flamengo da Libertadores é motivo de preocupação no Flu

Os três gols do Olimpia que eliminaram o Flamengo da Conmebol Libertadores já deram o recado claro: o time paraguaio é uma equipe extremamente forte no jogo aéreo e preocupa o Fluminense para os dois jogos das quartas de final. O primeiro deles é nesta quinta-feira, às 21h30 (de Brasília), no Maracanã.

Não é absurdo dizer que a bola aérea é a principal arma do Olimpia dentro das quatro linhas. Mas não ache que é por acaso — é treinado, buscado incessantemente durante as partidas e orientado taticamente pelo técnico Francisco Arce. Ele, que foi especialista em bolas paradas na época de jogador, tem sido um bom professor.

Arce assumiu o Olimpia no dia 21 de julho, após a demissão do uruguaio Diego Aguirre, hoje no Santos. De lá para cá, esteve à beira do campo em sete partidas com duas vitórias, três empates e duas derrotas. O aproveitamento de 42,8% pode não encher os olhos, mas impressiona a quantidade de gols criados pelo alto: dos 12 gols marcados pelos paraguaios neste período, nove vieram de bolas aéreas.

Diante do Flamengo, os três foram marcados assim. Um jogo antes, contra o Guaraní no Campeonato Paraguaio, foram quatro no total. Posteriormente, o Olimpia enfrentou Cerro Porteño e Guaireña pelo Clausura e acumulou uma sequência de quatro jogos seguidos marcando na bola aérea.

Se aumentarmos o recorte para o ano de 2023, os números seguem impressionantes mesmo levando em conta os jogos com Diego Aguirre como treinador, que tinha uma ideia de jogo totalmente diferente da de Arce. Ao todo, são 60 gols marcados pelo Olimpia nesta temporada, sendo 27 originados de jogadas pelo alto. Total de 45%, praticamente a metade.

Preocupação no Fluminense

 

Soma o ponto forte do Olimpia com o estado do gramado do Maracanã, e a preocupação é grande no Fluminense, pois tecnicamente o campo pode favorecer o estilo de jogo do time paraguaio. E a bola aérea pode não ser o “calcanhar de Aquiles” do Fluminense, mas a equipe sofreu praticamente um terço dos gols da temporada assim.

Para diferenciar os possíveis tipos de jogadas aéreas e filtrar por disputas pelo alto, o ge adotou o seguinte critério para fazer o levantamento: consideramos gols de bola aérea os que nasceram de cruzamentos em que a defesa não conseguiu tirar, e a bola não saiu da área tricolor até a finalização.

Sob essa ótica, dos 38 gols sofridos pelo Fluminense até agora em 2023, 13 foram de bolas aéreas. Inclusive o último que sofreu na Conmebol Libertadores, de Ávalos, do Argentinos Juniors, nas oitavas de final.

A preocupação existe e os próprios jogadores tricolores admitem. Após a vitória por 3 a 1 sobre o América-MG no último sábado, pelo Campeonato Brasileiro, o artilheiro Cano deu entrevista na saída do estádio e citou a bola aérea do Olimpia ao refutar o rótulo de favorito ao Fluminense no confronto:

– Está tudo muito equilibrado. São caras que brigam muito, são bons de bola parada… Acho que temos que tomar muita precaução nisso e poder entender bem o que o Fernando (Diniz) quer para esse jogo. (…) Vamos trabalhar para fazer nosso melhor jogo, fazer gols e não tomar, porque vai ser importante para decidir lá no Paraguai.

Fluminense e Olimpia se enfrentam pelo jogo de ida das quartas de final da Conmebol Libertadores às 21h30 (de Brasília) desta quinta-feira, no Maracanã. A volta está marcada para a quinta que vem, no mesmo horário, mas no Defensores del Chaco, em Assunção, capital do Paraguai. Quem avançar pega o vencedor de Internacional x Bolívar.

Por Davi Barros, Marcello Neves e Thiago Lima

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