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COM AÇÕES CONTRA ENCHENTES PARADAS, RIO TEM SETE MUNICÍPIOS EM ESTADO DE EMERGÊNCIA

Segundo o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, estão em situação de emergência, além da cidade do Rio, Belford Roxo, São João do Meriti, Nova Iguaçu, Duque de Caxias e Mesquita. Uma comitiva do governo federal visitou a região, que enfrenta a força da natureza e o descaso dos gestores

São Paulo – Em meio a projetos contra enchentes parados, o estado do Rio de Janeiro viu o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional ampliar nesta terça-feira (16) para seis o número de municípios em situação de emergência após as tempestades neste fim de semana. Estão na lista publicada no Diário Oficial da União, além da cidade do Rio, Belford Roxo, São João do Meriti, Nova Iguaçu, Duque de Caxias e Mesquita. Pelo menos 12 pessoas morreram.

O reconhecimento da situação permite às prefeituras a transferência de verbas da União para ações emergenciais, comoc ompra de cestas básicas, água e combustível para os veículos. Segundo o Ministério da Integração, os repasses serão liberados conforme avaliação da equipe técnica da Defesa Civil Nacional sobre os planos de trabalho das prefeituras, que terão 15 dias para enviar à União os pareceres técnicos e o plano detalhado das ações.

Uma comitiva do governo federal visitou hoje áreas atingidas pelas chuvas no estado fluminense. Estavam presentes os ministros da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, da Igualdade Racial, Anielle Franco, do Meio Ambiente e Mudança do Clima substituto, João Paulo Capobianco, e do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome substituto, Osmar Almeida Júnior, entre outras autoridades.

“O objetivo é verificarmos in loco a situação dos municípios atingidos. Vamos fazer todo o possível para as cidades recebam o quanto antes recursos da Defesa Civil Nacional para assistência humanitária e, em um segundo momento, também para restabelecimento de serviços e reconstrução de infraestruturas e moradias destruídas ou danificadas pelo desastre”, afirmou o ministro Waldez Góes.

Ajuda federal foi antecipada no domingo por Lula

O governador do Rio de Janeiro, o bolsonarista Claudio Castro (PL), que estava em férias na Disney e foi alvo de críticas, antecipou o retorno. Voltou ao país ontem (15) e recebeu a comitiva federal nesta manhã.

No domingo (14), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva telefonou para o prefeito do Rio, Eduardo Paes, e de Belford Roxo, Wagner Carneiro. Na ocasião, ofereceu apoio e recursos federais às prefeituras e assistência da população atingida pelas chuvas”.

De acordo com um levantamento do jornal O Globo publicado hoje, projetos pagos com recursos dos governos federais, estaduais e municipais não ficaram prontos ou não funcionam como deveriam. O alagamento em pelo menos 10 bairros de Duque de Caxias é explicado em parte pela demora do escoamento. E isso porque faltam bombas de sucção no Rio Iguaçu, próximo aos bairros Lote Quinze, em Belford Roxo, e Pilar, em Caxias, um dos que mais sofreram com a cheia. No local deveria haver cinco bombas funcionando, mas há apenas duas.  “É como se o equipamento nem existisse”, disse ao jornal Paulo Canedo, especialista em recursos hídricos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Faltam investimentos

Ainda ontem, o secretário estadual de Meio Ambiente, Tiago Pampolha – como governador em exercício, já que o titular, Cláudio Castro, estava em férias na Disney e retornando ao Rio – confirmou que as bombas estão desligadas. “Elas são antigas e nós estamos trabalhando com apenas duas bombas”, alegou. A gestão do governador bolsonarista também questionada pela falta de manutenção e investimentos no programa sistemático de dragagens pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea). O órgão é o responsável pela gestão de recursos hídricos.

O programa de dragagens nos 92 municípios fluminenses, por exemplo, só foi anunciado em outubro do ano passado. Apenas dois meses antes da temporada de chuvas do verão. Especialistas também criticam faltas de iniciativas para dragar e alargar a foz dos rios Pavuna, Meriti, Iguaçu e Sarapuí, onde a água inundou dezenas de bairros da zona norte e das cidades da Baixada.

“As mortes e destruição de ontem no Grande Rio não são provocadas apenas pelas chuvas. As águas chegaram a alcançar dois metros de altura. São rios e galerias de águas pluviais entupidos. Falta manutenção, trabalho e vergonha na cara dos responsáveis. Desculpem”, contestou em seu perfil na rede X, antigo Twitter, o ex-deputado federal e ministro das Comunicações Miro Teixeira.

Só chega de barco

Em algumas regiões atingidas só é possível se locomover de barco. A última vítima encontrada ontem era um morador do Chapadão, na Pavuna, na zona Norte do Rio. Ele foi arrastado pela correnteza, e seu corpo foi achado no bairro São Matheus, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense. As duas pessoas desaparecidas, segundo o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil estadual, são Elaine Cristina Souza Gomes, que teve o carro arrastado pela enxurrada após a subida do rio Botas, em Belford Roxo, e um homem que foi arrastado pela correnteza no Chapadão. Ele ainda não foi identificado.

Por RDA

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