CLÁUDIO CASTRO SE REÚNE COM RODRIGO PACHECO PARA TRATAR DE RENEGOCIAÇÃO DAS DÍVIDAS DOS ESTADOS COM A UNIÃO
Governador discutiu modelo de proposta, a ser elaborado em conjunto com o Governo Federal, que garante a capacidade de investimentos dos entes da Federação
O governador Cláudio Castro se reuniu com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, na segunda-feira (15, em Brasília, para avançar em um modelo de proposta, a ser apresentado no Congresso Nacional, para a renegociação das dívidas dos Estados com a União. Castro tem atuado de perto nessa discussão, ressaltando que, ao longo das últimas décadas, todos os critérios de atualização da dívida mantiveram condições que prejudicaram a capacidade de investimentos dos entes da Federação, que acabam tendo suas contas comprometidas com o pagamento ao Governo Federal, incluindo a cobrança de altos juros.
– O presidente Rodrigo Pacheco quis ouvir os estados que têm dívidas mais expressivas para desenhar uma proposta em conjunto com a União e fazer uma mediação – declarou Cláudio Castro, que participou do encontro ao lado dos governadores Tarcísio de Freitas (SP), Romeu Zema ( MG), Ronaldo Caiado (GO), e do vice-governador do Rio Grande do Sul, Gabriel de Souza.
O chefe do Executivo fluminense reforçou a necessidade de se construir um caminho para que os Estados possam ter equilíbrio financeiro para investir e garantir a prestação de serviços públicos à população. Hoje, a dívida do Estado do Rio com o Governo Federal já totaliza a quantia expressiva de R$ 191 bilhões, de acordo com a última atualização da Secretaria de Fazenda. Desse montante, R$ 158,8 bilhões são devidos à União e R$ 30,2 bilhões por empréstimos garantidos por ela.
– Desde que se iniciaram as primeiras renegociações da dívida, na década de 1990, o valor devido pelo Rio à União era de R$ 13 bilhões. De lá para cá, já foram pagos R$ 153 bilhões da dívida (trazidos a valor presente). E ainda assim hoje estamos desenvolvendo R$ 191 bilhões. É uma situação insustentável. Da forma que é colocada hoje e desde sempre, a metodologia de cobrança pelo Governo Federal torna a dívida impagável – afirmou Castro.
Efeito bola de neve
As dívidas do Rio de Janeiro foram repactuadas na década de 1990, portanto, há 30 anos. Desde então, passaram por várias negociações e refinanciamentos. Em 1999, ocorreu o maior refinanciamento contratado, de R$ 13 bilhões – nos valores da época. Ao longo do tempo, os subsídios foram impactados por diversas leis e normativas federais, além de consideráveis passivos.
O montante da dívida do Rio de Janeiro apresentou um alto crescimento, entre outros motivos, devido aos indexadores utilizados para cobrança de juros (IGP-DI + 6% e posteriormente IPCA + 4% ou Selic) ao longo do tempo. Soma-se a isso a metodologia de variação cumulativa dos índices estabelecidos pela União, ao invés da adoção de um modelo mensal.