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CHINA E EUA SELAM TRÉGUA TARIFÁRIA COM REDUÇÃO DE TAXAS E PAUSA DE 90 DIAS NAS MEDIDAS DE RETALIAÇÃO


Negociações avançam em meio a sinais de distensão entre as duas maiores economias do mundo, que buscam equilíbrio comercial e evitam novo ciclo de escalada protecionista


As duas maiores potências econômicas do planeta deram um passo significativo rumo à redução de tensões comerciais. Estados Unidos e China anunciaram, nesta segunda-feira (12), um acordo que estabelece a redução mútua das tarifas de importação para 10% e uma pausa de 90 dias nas medidas de retaliação, abrindo uma janela para negociações mais amplas e duradouras.

O anúncio foi feito pelo secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, após uma rodada de conversas no último domingo (11), na Suíça. Ao lado do representante comercial Jamieson Greer, Bessent afirmou que as discussões representaram um avanço importante. “Ambos os países representaram com firmeza seus interesses nacionais. Chegamos a um entendimento de que nenhum dos lados deseja o desacoplamento econômico”, declarou.

Segundo fontes da agência Reuters, o novo entendimento prevê a suspensão temporária de tarifas punitivas que haviam sido impostas durante o governo de Donald Trump, e posteriormente reforçadas por medidas chinesas. A redução recíproca das tarifas — que em alguns casos ultrapassavam os 25% — poderá abrir caminho para uma agenda comercial mais cooperativa.

Histórico: o tarifaço como arma política


A guerra tarifária entre EUA e China teve início em 2018, quando o então presidente Donald Trump impôs tarifas sobre centenas de bilhões de dólares em produtos chineses, alegando práticas comerciais desleais, roubo de propriedade intelectual e desequilíbrio na balança comercial. A China reagiu na mesma moeda, taxando produtos agrícolas e industriais americanos.

O conflito se intensificou nos anos seguintes, impactando cadeias globais de suprimento, elevando preços e gerando instabilidade nos mercados. Em 2020, um acordo inicial — a chamada “Fase 1” — foi firmado, prevendo aumento das compras chinesas de produtos americanos e compromisso de revisão tarifária. No entanto, o ambiente político e a pandemia limitaram sua implementação plena.

Desde então, a tarifação se tornou uma ferramenta recorrente de política externa em várias partes do mundo. A União Europeia, por exemplo, travou disputas similares com os EUA sobre subsídios à aviação e impôs tarifas sobre produtos americanos como resposta às políticas de Trump. O Brasil, embora mais cauteloso, também adotou medidas pontuais em defesa de setores estratégicos.

Momento de distensão


O novo acordo entre China e EUA sinaliza uma tentativa de estabilizar o comércio internacional em meio a um cenário de recuperação econômica pós-pandemia e incertezas geopolíticas. “O que havia ocorrido com essas tarifas altíssimas era o equivalente a um embargo. Nenhum dos lados quer isso. Queremos o comércio”, afirmou Bessent, reforçando a disposição mútua em evitar um novo ciclo de confrontos.

Os próximos 90 dias serão cruciais. Negociadores esperam utilizar esse período para construir uma estrutura mais ampla de cooperação, baseada em regras claras, previsibilidade e abertura mútua. Ainda que divergências estruturais permaneçam — especialmente em temas como tecnologia, subsídios e segurança —, o gesto de aproximação reacende esperanças de um comércio global menos volátil.

Por Redação Gazeta Rio

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