CHILE RECUPERA 90% DA ENERGIA APÓS MAIOR APAGÃO EM 15 ANOS
Apagão afetou 19 milhões de pessoas e paralisou serviços; governo responsabiliza empresas privadas e anuncia sanções
Após nove horas de um apagão que atingiu cerca de 19 milhões de pessoas — quase 95% da população do Chile —, 90% da energia elétrica foi restaurada na madrugada desta quarta-feira (26). O blecaute, considerado o maior em 15 anos, começou por volta das 15h16 de terça-feira (25) e afetou praticamente todo o país, incluindo a capital Santiago. O Coordenador Elétrico Nacional, responsável pelo sistema de transmissão, informou que a maioria dos imóveis residenciais já contava com energia por volta da meia-noite, desta o Uol.
O corte de energia levou o governo a decretar toque de recolher em parte do território nacional, proibindo a circulação de pessoas entre 22h e 6h. O presidente Gabriel Boric responsabilizou as empresas privadas que administram o sistema elétrico pela falha. “Não é possível que a rotina de milhões de chilenos e chilenas seja alterada dessa forma por empresas que não fazem o seu trabalho direito”, criticou Boric, anunciando sanções às companhias envolvidas. A ministra do Interior, Carolina Tohá, descartou a hipótese de um ataque ou boicote. “Não há nenhuma razão para supor que por trás disso exista um ataque. Seria uma falha de funcionamento do próprio sistema”, afirmou em coletiva de imprensa.
O apagão paralisou serviços essenciais e causou transtornos em todo o país. O Metrô de Santiago ficou inoperante, obrigando milhares de pessoas a caminharem por horas sob temperaturas de 30ºC. Ônibus superlotados e relatos de pessoas presas em elevadores e brinquedos de parques de diversão marcaram o caos nas cidades. Além disso, o tradicional Festival Internacional de Viña del Mar teve seus shows cancelados e reprogramados para o próximo sábado (1º).
Este foi o apagão mais grave desde 2010, quando uma queda na rede elétrica na região de Biobío deixou grande parte do país sem energia. O presidente Gabriel Boric responsabilizou as empresas privadas que administram o sistema elétrico pela emergência. “Não é possível que a rotina de milhões de chilenos e chilenas seja alterada dessa forma por empresas que não fazem o seu trabalho direito”, criticou o presidente, que sinalizou o anúncio de sanções.
Por Brasil 247
