CASA TUCUM, MAIS UM PROJETO DO REVIVER CENTRO CULTURAL, É INAUGURADA NO CENTRO DO RIO
O Centro do Rio ganha novos contornos ao dar o nome TUCUM – palavra indígena que significa palmeira nativa do Brasil, Guianas, Peru e Colômbia – ao novo espaço cultural dedicado à cultura indígena inaugurado nesta sexta-feira (19/4), data que comemora o Dia Nacional dos Povos Indígenas. O evento de abertura contou com a presença de Carina Quirino, subsecretária de Regulação e Ambiente de Negócios da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Econômico, e foi marcado por roda de maracá e cantos com integrantes da Aldeia Marak’anã, falas do cacique Urutau e de outras autoridades da aldeia Marak’anã, além de cantoria e roda de rapé com o Pajé Wiyahu Yawanawá.
Projeto ligado ao programa Reviver Centro Cultural, a Casa TUCUM será um espaço multidisciplinar com galeria de arte, empório gastronômico e o Balaio de empreendedorismo indígena – núcleo voltado para educação e para negócios. O objetivo é promover uma imersão no universo indígena, por meio de uma vivência sensorial, além de ser um polo criativo de encontro entre as culturas de diversas etnias e a sociedade, para que as narrativas desses povos ocupem espaço público e remodelem o imaginário social perante as várias possibilidades e expressões.
Para Carina Quirino, cada projeto do Reviver que é inaugurado representa um passo importante em direção à revitalização do bairro central.
– O Reviver Cultural é plural, com projetos de universos bem diferentes, conferindo grandeza ao que a Prefeitura está fazendo. Ao incentivar a abertura desses espaços, ampliamos a multiplicidade cultural carioca ao mesmo tempo em que recuperamos imóveis abandonados e movimentamos a economia, liderados pelo prefeito e pelo secretário Chicão Bulhões. É uma alegria participar de mais essa inauguração – avaliou a subsecretária.
A Casa TUCUM, que fica na Rua do Rosário, 30, faz parte do projeto TUCUM Brasil e tem entre seus colaboradores pessoas indígenas. O espaço é a soma de uma loja conceito (flagship store), com um ambiente que promove uma vivência sensorial, com cheiros, sons, sabores e toques com a ideia de proporcionar aos clientes e visitantes uma imersão nas ricas culturas indígenas. Além disso, promoverá uma série de eventos permanentes, como exposições, cineclubes, oficinas, palestras, rodas de conversa, vivências e mesas temáticas.
Amanda Santana, uma das sócias do espaço, exaltou o Reviver Cultural e reafirmou o desejo de transformar o lugar em referência para a cultura indígena.
– Nós não teríamos conseguido estar aqui, demarcar esse território, se não fosse através desse projeto que incentiva os empreendedores da cultura a reviver esse centro que estava acabado. Eu tenho como compromisso, já que estou acessando um edital que é de dinheiro público, de devolver para o cidadão carioca o que estamos recebendo. Então, aqui o espaço é aberto, as atividades são gratuitas e são para quem quiser chegar. A gente quer fazer com que essa casa seja meio disruptiva, no sentido de descolonizar a cabeça das pessoas, porque tudo o que a gente aprende na escola é apenas uma narrativa na visão do colonizador, e antes disso aqui ser Rio de Janeiro era território indígena. Queremos reafirmar aqui a chama, essa bandeira, porque não vamos deixar esquecer que o Rio de Janeiro é território indígena – detalhou Amanda.
Reviver Centro Cultural está devolvendo movimento à região do Centro
O projeto Reviver Cultural, realizado por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Econômico (SMDUE) em parceria com a Compahia Carioca de Parcerias e Investimentos (CCPar), visa revitalizar o Centro por meio da atração de projetos culturais, aumentando assim a circulação no local e dando nova função e vida a uma região histórica, estratégica e infraestruturada da cidade. A Prefeitura do Rio concedeu subsídio de R$ 1 mil por metro quadrado para reforma dos imóveis e de R$ 75 por metro quadrado para ajudar a pagar despesas mensais, limitando-se aos valores de R$ 192 mil e R$ 14,4 mil respectivamente.
Foram inscritos 132 projetos, dos quais 84 habilitados. Do total de projetos que podem participar do programa, 26 já assinaram o Termo de Adesão com a Prefeitura do Rio e estão recebendo o repasse da Prefeitura.