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‘BULLYING COMERCIAL’: HONG KONG ROMPE SERVIÇO POSTAL COM OS EUA EM MEIO A TARIFAÇO DE TRUMP

Suspensão do serviço postal evidencia agravamento das tensões entre Washington e Pequim, com Hong Kong no centro do impasse

-Em resposta às recentes medidas tarifárias impostas pelos Estados Unidos, o serviço postal de Hong Kong anunciou a suspensão do envio de pacotes contendo mercadorias para o território norte-americano. As informações são do portal CNN.

A decisão foi comunicada na última quarta-feira (16), após o presidente dos EUA, Donald Trump, eliminar a isenção tarifária conhecida como “de minimis”, que permitia a entrada de remessas de até US$ 800 sem cobrança de impostos. ​

Com a revogação da isenção, a partir de 2 de maio, tais remessas estarão sujeitas a uma tarifa de 120% ou a uma taxa fixa de US$ 100 por item, valor que aumentará para US$ 200 em 1º de junho. Em reação, o Hongkong Post cessou imediatamente o recebimento de pacotes enviados por via marítima e encerrará o envio por via aérea em 27 de abril. Correspondências contendo apenas documentos continuam sendo aceitas. ​

O governo de Hong Kong criticou veementemente a decisão dos EUA, classificando-a como “injustificável, intimidadora e abusiva”. Em comunicado oficial, afirmou: “O público em Hong Kong deve estar preparado para pagar taxas exorbitantes e irracionais devido aos atos injustificáveis e intimidadores dos EUA”. ​

Historicamente, Hong Kong desfrutava de um status comercial especial com os Estados Unidos, permitindo que suas exportações fossem tratadas de forma distinta das da China continental. No entanto, esse status foi revogado em 2020, durante o primeiro mandato de Trump, após a imposição de uma lei de segurança nacional por Pequim que, segundo Washington, comprometeu a autonomia da região. ​

Com a revogação do status especial, as exportações de Hong Kong passaram a ser submetidas às mesmas tarifas aplicadas aos produtos chineses, atualmente em 145%. Embora Pequim tenha retaliado com tarifas de 125% sobre produtos norte-americanos, Hong Kong optou por não seguir a mesma linha, buscando manter uma postura considerada mais moderada. ​

O chefe do Executivo de Hong Kong, John Lee, criticou duramente a postura dos EUA, declarando: “O ataque imprudente dos Estados Unidos contra a China e Hong Kong tornou-se uma obsessão. Eles usam o comércio como arma para impor uma tarifa ‘recíproca’ de 145% sobre Hong Kong… Isso não apenas mostra que os EUA estão repletos de falácias, mas também demonstra o verdadeiro rosto da hegemonia autoproclamada dos EUA”. ​

Lee também anunciou a intenção de Hong Kong de apresentar uma queixa formal à Organização Mundial do Comércio (OMC) contra as tarifas impostas pelos EUA, seguindo o exemplo da China, que já iniciou um processo semelhante. ​

A suspensão dos serviços postais para os EUA impactará significativamente empresas e consumidores em Hong Kong, que terão que recorrer a serviços de courier privados, como DHL, FedEx e UPS, para enviar mercadorias aos Estados Unidos, resultando em custos adicionais. ​

Este episódio evidencia como Hong Kong, tradicionalmente um porto livre e aberto ao comércio internacional, está cada vez mais envolvido nas disputas comerciais entre as duas maiores economias do mundo, refletindo as complexas dinâmicas geopolíticas atuais.​

Por Brasil 247

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