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BRASIL-ITÁLIA: PONTES NA CONSTRUÇÃO DA SAÚDE PÚBLICA UNIVERSAL

Em Bolonha, CNS participa de Laboratório Ítalo-Brasileiro para Saúde Coletiva

Entre tantos bastante conhecidos, os laços entre Brasil e Itália incluem a inspiração italiana para a reforma sanitária brasileira, que desaguaria na criação do SUS, em 1990. Por ser um processo em permanente construção, a saúde pública brasileira continua nutrindo esses laços com o país europeu desde então.

Neste contexto situa-se o 14º Laboratório Ítalo-Brasileiro de Formação, Pesquisa e Práticas em Saúde Coletiva, evento que acontece desde o dia 13 de fevereiro em Bolonha (Itália), com encerramento no próximo dia 24.

O Conselho Nacional de Saúde (CNS) faz parte dessa iniciativa e está representado no 14º Laboratório pela conselheira nacional de saúde Francisca Valda da Silva, enfermeira e mestre em Ciências Sociais. Na abertura do encontro, Valda reforçou a importância do intercâmbio: “A experiência italiana, que tanto nos inspirou em nosso projeto de reforma sanitária, faz parte do projeto de reforçar a participação do povo, soberana”. A conselheira destacou que essa participação, na perspectiva do SUS e do CNS, é “princípio finalístico”.

Segundo ela, “a participação social disputa com o poder econômico neoliberal os recursos para que o SUS não perca o horizonte da universalidade da saúde pública”. Além do CNS, o 14º Laboratório Ítalo-Brasileiro conta também com a participação de representantes do Ministério da Saúde, após ausência da pasta durante o governo federal anterior.

Sonhação

Com apoio da região da Emília-Romanha (localizada no norte da Itália) e das universidades de Bolonha, de Parma e La Sapienza (Roma), o encontro é organizado também, no Brasil, pela Rede Unida, com apoio de parceiros como a Fiocruz. Um dos principais temas em debate é o projeto binacional “Sonhação; diálogo entre Itália e Brasil para uma assistência territorial orientada para a comunidade”.

Sonhação é um projeto que tem como objetivo o fortalecimento dos cuidados de saúde territorial em chave comunitária e das redes de parceria entre os territórios da região Emília-Romanha e Brasil. Valda, que participa de um núcleo do projeto em Mossoró (RN), destacou, por fim, que uma nova fronteira na saúde pública está sendo transposta, e exige muito cuidado:

“A transformação digital é uma grande oportunidade, se não perdermos de vista a perspectiva da transformação social. Não deve ser para a apropriação de uma pequena parcela da população, e sim para consolidar os princípios de universalidade da saúde pública”.

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