BRASIL FEZ ACORDO SECRETO COM ARÁBIA SAUDITA PARA CONSTRUÇÃO DE FÁBRICA DE EXPLOSIVOS MILITARES
Governo de Jair Bolsonaro aumentou autorizações para empresas brasileiras exportarem para o reinado o príncipe Mohammed Bin Salman, com quem Bolsonaro se aliou
O Brasil estabeleceu um acordo confidencial para exportar produtos e tecnologias para a Arábia Saudita com a finalidade de construir sua primeira fábrica de explosivos militares. As plantas foram projetadas por uma empresa brasileira a pedido do governo saudita, que pretendem suprir toda a sua demanda militar por explosivos e espoletas de instalações de detonação de bombas até 2030. Esses explosivos podem ser usados em conflitos e guerras no Oriente Médio. As revelações são de reportagem publicada neste sábado (17) pelo jornal O Estado de S. Paulo.
Segundo a reportagem, a autorização para a venda de equipamentos e serviços ao regime de Mohammed Bin Salman foi concedida no segundo semestre de 2018, durante o mandato de Michel Temer, mas os principais avanços se deram no governo de Jair Bolsonaro, entre 2019 e 2022. Paralelamente, ocorreu um aumento nas autorizações para exportação de tecnologia militar para a Arábia Saudita. Negócios da indústria privada de defesa com outros países solicitaram a aprovação dos ministérios da Defesa, Ciência e Itamaraty.
A empresa responsável por pedidos e receber autorização do governo brasileiro para fechar o contrato com os sauditas é a Mac Jee, sediada em São José dos Campos (SP). A estrutura montada na Arábia Saudita possui aproximadamente 500 mil metros quadrados e está localizada dentro da Saudi Chemical Company Limited (SCCL), a maior empresa de produção de energia civil e militar do país.
A fábrica produz TNT e RDX, componentes utilizados em certos tipos de bombas. Todo o processo de autorização e contratação está protegido por sigilo. Procurados, os ministérios responsáveis pelo assunto informaram que não poderiam comentar sobre as motivações ou condições do acordo com Mac Jee. O valor do contrato também não foi divulgado.
De acordo com o jornal, no período da construção da fábrica de explosivos e do aval a novos acordos militares com os sauditas, comitivas de Bolsonaro e do então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, foram recebidas em Riade para agendas variadas. Em uma delas, joias avaliadas em R$ 5 milhões que seriam um presente da monarquia árabe foram entregues a Bento, que tentou entrar com elas ilegalmente no Brasil. O caso, revelado pelo Estadão, está sob investigação.
Por 247