BRASIL E ALEMANHA VÃO ASSINAR ACORDO PARA COOPERAÇÃO ENERGÉTICA, SEGUNDO FONTES
Parceria, sem investimentos, prevê criação de comitê misto e será assinada por Haddad e ministro de Ação Climática alemão
Os governos do Brasil e da Alemanha devem assinar nesta segunda-feira (4) um acordo de cooperação na área de energia com foco na transição ecológica, dizem fontes que acompanham as discussões.
Uma declaração conjunta deve ser assinada pelo ministro da Fazenda brasileiro, Fernando Haddad, e pelo ministro dos Assuntos Econômicos e de Ação Climática alemão, Robert Habeck, durante a viagem da comitiva brasileira a Berlim.
O acordo prevê a criação de um comitê misto entre Brasil e Alemanha para transformação ecológica, que terá representantes designados por ambos os países e fará reuniões periódicas no Brasil e na Alemanha.
O acordo tem como objetivo traçar estratégias para que as duas nações se adequem à Agenda 2030 – plano da ONU com diretrizes para promover a sustentabilidade – e ao Acordo de Paris – que visa evitar que o aquecimento global passe de 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais.
A parceria prevê a troca de informações e apoio mútuo para mudanças dentro do campo energético. E também prevê um estreitamento dos laços comerciais no setor.
Na fase inicial do acordo, não há previsão de investimentos de ambas as partes. Mas os governos brasileiro e alemão vem conversando sobre a possibilidade de o Brasil passar a exportar hidrogênio verde à Alemanha futuramente.
O anúncio da parceria ecológica deve contribuir para que o presidente Lula encerre a viagem que começou no Oriente Médio passando uma imagem de comprometimento com uma agenda verde e propositiva.
Depois das visitas à Arábia Saudita, ao Catar e da confirmação de entrada na Opep+, que renderam críticas, o presidente amenizou o tom no seu último dia na COP28 em Dubai. Em Berlim, Lula deve buscar mostrar que preza pelo multilateralismo e conversa com todos os atores, mas está comprometido com o meio ambiente acima de tudo.
A Alemanha é um dos países europeus com objetivos ambientais mais ambiciosos, com uma meta de descarbonização até 2050 e de reduzir as emissões de gases poluentes em 65% até 2030, em relação aos níveis de 1990.
Porém, dificuldades econômicas e problemas orçamentários trazem algum ceticismo às metas do país – e também aos acordos que podem acontecer entre Brasil e Alemanha durante a viagem de Lula a Berlim.
Fontes afirmam que apesar da assinatura de diversos protocolos, os acordos podem ser fechados sem qualquer previsão de dinheiro na conta.
Por Ueslei Marcelin