BOLSONARISTAS PREPARAM MANIFESTAÇÃO PELO IMPEACHMENT DE MORAES NO REDUTO ELEITORAL DE PACHECO
Pacheco quer se candidatar ao governo de Minas em 2026 e precisará, além do apoio de Lula, de votos bolsonaristas. Objetivo do ato é constrangê-lo
Após o ato de sábado, 7 de setembro, bolsonaristas articulam um novo protesto, desta vez em Belo Horizonte, mirando o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e pressionando o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). A manifestação, prevista para este mês, tem como objetivo constranger Pacheco em seu reduto eleitoral, já que o senador tem rejeitado pedidos de impeachment contra membros do Supremo, relata Malu Gaspar, do jornal O Globo.
Segundo aliados de Jair Bolsonaro, o protesto em Belo Horizonte deve ocorrer em 21 de setembro, cerca de duas semanas após as mobilizações na Avenida Paulista. A escolha de Belo Horizonte é estratégica por ser o reduto eleitoral de Pacheco.
Rodrigo Pacheco é cotado para disputar o governo de Minas Gerais em 2026, possivelmente com o apoio do presidente Lula (PT). No entanto, sua atuação em relação ao STF, considerada por parte do eleitorado mineiro como excessivamente condescendente, representa um obstáculo político.
Além do impacto sobre Pacheco, a manifestação pode influenciar a corrida eleitoral municipal de Belo Horizonte, onde o atual prefeito, Fuad Noman (PSD), apoiado pelo senador, enfrenta uma disputa acirrada com o bolsonarista Bruno Engler (PL) e outros candidatos. A adesão aos protestos pode moldar a percepção pública sobre o senador e influenciar a viabilidade eleitoral dos candidatos que ele apoia.
Em 2021, Pacheco já havia arquivado um pedido de impeachment contra Moraes, protocolado por Jair Bolsonaro (PL). A resistência do senador a seguir adiante com novos pedidos tem reforçado sua imagem de “protetor” do STF, algo que, segundo pesquisas internas, tem prejudicado sua popularidade em Minas Gerais.
O cenário mineiro é complexo: embora Lula tenha vencido Bolsonaro no estado por uma margem apertada nas eleições presidenciais, Pacheco precisa angariar apoio tanto do eleitorado de esquerda quanto dos bolsonaristas para se viabilizar como candidato ao governo. A manifestação em Belo Horizonte, portanto, surge como um teste tanto para a força da base bolsonarista quanto para a resiliência do capital político de Pacheco, que já vislumbra os desafios de sua próxima batalha eleitoral.