BNDES TEVE QUEDA EM CONSULTAS POR EMPRÉSTIMOS, DIZ MERCADANTE
A tragédia no sul do país e os esforços para minimizar o desastre também foram apontados como uma possível razão
As consultas por empréstimos do BNDES perderam força recentemente, disse o presidente do banco, Aloizio Mercadante, que apontou ruídos fiscais e políticos momentâneos como possíveis causas para o ritmo menor.
A tragédia no sul do país e os esforços para minimizar o desastre também foram apontados como uma possível razão.
“Até maio, as aprovações subiram mais de 90% e os desembolsos 27%, mas sentimos uma redução no ritmo das consultas. Tem a ver com todo esse ruído (no país)”, disse Mercadante a jornalistas após participar, na sede do banco, de um evento sobre mudanças climáticas e experiência internacionais que possam ajudar na reconstrução do Rio Grande do Sul.
“Nosso foco hoje é o Rio Grande do Sul e isso também alterou um pouco a dinâmica“, adicionou ele, ao lembrar que o banco adotou medidas para ajudar governos e empresas do Estado.
Mercadante frisou que desde o ano passado as consultas vinham em trajetória ascendente e, no 1º trimestre de 2024 avançaram quase 70%.
O presidente do BNDES acredita que os ruídos, que criaram um grau de desconfiança semelhante ao início do governo, irão passar, uma vez que os indicadores da economia melhoraram. Ele citou dados do mercado de trabalho, oferta de crédito, exportações e inflação.
“Estamos falando (agora) de um ruído político mesmo. Quando chegamos ao governo diziam que o Brasil não ia crescer ou crescer só 0,8%, que inflação não ia ter controle. Depois o mercado disse que se surpreendeu. Acho que vai ficar surpreso de novo por que o dados são fortes e consistentes“, afirmou ele.
“Temos um problema fiscal, mas nós, EUA, UE, Japão. As principais economias do mundo hoje, com a transição climática e desastres naturais, exigem mais esforços dos Estados, além de desacoplamento da economia da China“, acrescentou.
No entanto, apesar da inflação mais baixa, Mercadante voltou a fazer críticas à política monetária brasileira. Segundo ele, o modelo brasileiro precisa ser reavaliado uma vez que o país ainda tem a segunda taxa real de juros mais alta do mundo.
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