BC EVITA “CRAVAR” PRÓXIMO AJUSTE DE JUROS PARA MANTER LIBERDADE NA DECISÃO
O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, destacou nesta quinta-feira (27) que a autoridade monetária evitou definir com precisão o próximo ajuste da taxa de juros para preservar a liberdade de decisão do Comitê de Política Monetária (Copom). As declarações foram dadas durante a divulgação do primeiro Relatório de Política Monetária do ano, que revisou a projeção de crescimento do PIB em 2025 de 2,1% para 1,9%, destaca a CNN Money.
“Se a gente tivesse essa convicção [do guidance], teríamos escrito [na ata]”, afirmou Galípolo, em resposta a questionamentos sobre o próximo movimento do Copom. Na ata de março, o colegiado sinalizou que deve realizar um novo aumento em maio, mas de menor magnitude. O presidente reforçou que o ciclo de ajustes ainda precisa continuar, porém com cautela: “A gente entende que o ciclo precisa se estender. Porém, devido às incertezas, precisa se estender em uma menor magnitude. A intenção é preservar o grau de liberdade para que a gente possa ir reunindo os dados”.
Inflação e riscos
O relatório também elevou de 50% para 70% a probabilidade de a inflação ultrapassar o teto da meta em 2024, que é de 4,5% (com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos). A revisão reflete os desafios persistentes no controle de preços, mesmo com a política monetária restritiva.
Galípolo evitou especular sobre os próximos passos, reiterando que o BC prioriza a análise contínua dos dados econômicos antes de tomar decisões. “Por isso, a gente não deu um guidance cravando o que a gente poderia fazer ou não”, concluiu.
por Camila França – 247