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Banco Central deve manter juros em 13,75%, apontam analistas

Apesar da pressão do governo, Copom não deve alterar política monetária na reunião desta semana, mas pode reconhecer melhora das expectativas de inflação e indicar queda da Selic em agosto ou setembro

O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, volta a se reunir nesta terça e quarta-feiras para deliberar sobre a taxa básica de juros da economia, a Selic. O consenso entre analistas do mercado é de que não haverá surpresas e que a taxa deverá ser mantida em 13,75% ao ano, mesmo com o arrefecimento da inflação nos últimos meses. Será a 7ª reunião seguida com os juros básicos no mesmo patamar de agosto de 2022.

O fato é que o Banco Central tem mantido o discurso e a direção da política monetária, e não tem se abalado com as críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Especialistas avaliam, contudo, que o Copom deverá fazer um ajuste na comunicação, diante da queda das expectativas de inflação, que estão sendo revisadas para baixo, com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) podendo até ficar negativo entre junho e julho. Eles lembram, no entanto, que o período tradicionalmente é de deflação, e que o índice tende a subir mais à frente.

Dessa forma, o Comitê poderá sinalizar um corte de juros em agosto ou em setembro. Mas não há muita certeza de que isso poderá ocorrer, porque um dos fatores que pode contribuir para os juros começarem a cair em agosto será a manutenção da meta de inflação em 3,25% para 2024, e em 3% para os anos seguintes, na reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), marcada para o próximo dia 29. Como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou a cogitar uma meta maior, de 4% ou 4,5%, as projeções para a inflação de 2024 e 2025 subiram para 4% e só registraram um ligeiro recuo na semana passada.

As estimativas para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano estão sendo revisadas para cima, enquanto as do ano que vem, para baixo. Na semana passada, as medianas do boletim Focus, coletadas pelo BC, ficaram em 1,84%, para 2023, e 1,27%, para 2024.

Apesar do resultado surpreendente do PIB dos primeiros três meses do ano, com alta de 1,9% puxada pela agricultura, em abril, a produção da indústria, as vendas do varejo e serviços recuaram 0,6%, 0,1% e 1,6%, respectivamente, conforme os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). E, para confundir as análises e dar argumentos ao Copom manter os juros onde estão, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), apresentou crescimento de 0,56% em abril, dado acima das expectativas.

Por redação

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