BAHIA RECEBE ENCONTRO NACIONAL DA PERIFERIA BRASILEIRA DE LETRAS
Primeira edição aconteceu na última semana, em Salvador. Em pauta, a relevância da literatura para a saúde das populações periféricas
Nos dias 11 e 12 de abril, a cidade de Salvador sediou o I Encontro Nacional da Periferia Brasileira de Letras (PBL). Uma iniciativa da Cooperação Social da Presidência da Fiocruz. O evento, realizado em parceria entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Ministério da Cultura (MinC), reuniu doze coletivos literários que compõem a Rede PBL. Em pauta, os desafios e oportunidades da literatura periférica no contexto das políticas públicas.
Com uma programação diversificada, ela incluiu debates, apresentações artísticas e uma Audiência Pública na Assembleia Legislativa do Estado da Bahia. Então, o encontro destacou o papel dos coletivos literários na promoção da saúde e da literatura em territórios periféricos.
Entre os participantes do evento estavam Igor Graciano, coordenador da área de Literatura na Secretaria de Formação, Livro e Leitura (Sefli); Ordep Serra, presidente da Academia de Letras da Bahia; Ana Carinhanha, secretária-Executiva adjunta do Ministério da Igualdade Racial (MIR); Maria Marighella, presidenta da Fundação Nacional de Artes (Funarte) e vereadora licenciada de Salvador; Marilda Gonçalves, diretora de Fiocruz Bahia; PitiCanella, diretora Geral da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb); Vladimir Pinheiro, Diretor Geral da Fundação Pedro Calmon; Fernanda Melchionna, deputada federal; e Robinson Almeida, deputado estadual.
Tema central
O tema central do encontro, “Literatura e as lutas por territórios saudáveis”, contou com abordagens em diversas mesas de debate. Lá, a literatura foi apresentada como um elemento de coesão social e mobilização comunitária. Segundo Felipe Eugênio, pesquisador da Cooperação Social da Fiocruz e coordenador do projeto Periferia Brasileira de Letras, “os coletivos literários representam um reforço à formação crítica e cidadã nos seus territórios, possibilitando o enfrentamento das iniquidades sociais em saúde”.
Mariane Martins, também pesquisadora da Cooperação Social, ressaltou a importância dos coletivos literários na construção de um horizonte de territórios saudáveis. Então, destacou o papel da literatura na promoção da saúde e da cidadania. “Por sua atuação mobilizadora, os coletivos literários representam um reforço à formação crítica e cidadã nos seus territórios”. “E fazem com que seja possível visualizar caminhos para o enfrentamento das iniquidades sociais em saúde presentes nas periferias e, ao mesmo tempo, construir um horizonte de territórios saudáveis”, disse.
“Nós sabemos que saúde não é só ausência de doença. Nós sabemos que é muito mais que isso, é um bem-estar, é o próximo do bem viver, e isso se constrói como? Com as pessoas, com o movimento organizado, com as pessoas na rua”, disse Leonídio Madureira, coordenador da Cooperação Social da Presidência da Fiocruz, durante a audiência de sexta-feira.
Periferia em pauta
O evento contou com a participação de representantes dos doze coletivos literários que compõem a Rede PBL. Entre eles, o Slam das Mulé (Bahia), Grupo de Arte Popular A Pombagem (Bahia), Biblioteca Comunitária Caranguejo de Tabaiares (Pernambuco), Periferia que Lê (Ceará), Papo Reto (Distrito Federal), Coletivoz (Minas Gerais), Rede Beabah! (Rio Grande do Sul), Biblioteca Comunitária Girassol (Rio Grande do Sul), Editora Kitembo (São Paulo), Rede Baixada Literária (Rio de Janeiro) e Rolé Literário (Rio de Janeiro), além do Ecomuseu de Manguinhos (Rio de Janeiro).
O encontro teve início no dia 11 de abril, no Centro de Cultura Vereador Manuel Querino. Lá houve uma uma solenidade de abertura celebrada pela Fiocruz e o coletivo Grupo de Arte Popular A Pombagem (BA). No dia seguinte, a programação incluiu uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado da Bahia. Em seguida, uma visita à sede do Grupo de Arte Popular A Pombagem.
A Periferia Brasileira de Letras busca estimular a participação social e a proposição de políticas públicas para a cultura e saúde, com foco no livro, leitura, literatura e bibliotecas em territórios de alta vulnerabilidade social. A rede promove a territorialização de políticas públicas e a produção de conhecimento sobre literatura em favelas e periferias brasileiras, com base nos conceitos de Promoção da Saúde e Promoção da Literatura.