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AUTONOMIA DO BC RESISTE E FAVORECE LULA, DIZ CAMPOS NETO

Presidente do Banco Central afirma que avalia críticas com “naturalidade” e que a queda na inflação ajudou o governo]

O presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, 54 anos, disse que a autonomia da instituição resiste à polarização do país. Ele foi entrevistado nesta 5ª feira (17.ago.2023) pelo diretor de Redação do Poder360, Fernando Rodrigues.

“A gente está passando pelo 1º grande teste da autonomia, em um ambiente em que o país é polarizado”, disse Campos Neto. “A gente vai aprendendo a conviver com a autonomia”, afirmou. O BC é autônomo desde 2021. O mandato de Campos Neto irá até o final de 2024.

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Ele minimizou as críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de outros integrantes do governo ao patamar da Selic, a taxa básica de juros estabelecida pelo BC.

“Tem uma naturalidade. A gente sempre disse que tem que respeitar o resultado das urnas, a eleição democrática. Entrou um novo presidente que tem, às vezes, opinião sobre juros, isso faz parte do processo. O que a gente tenta é mostrar, e acho que a história vai mostrar isso, que as decisões foram técnicas”, disse.

Ele afirmou que as críticas nunca o fizeram pensar em deixar o cargo e que tem um compromisso com os senadores que aprovaram a autonomia do BC e o seu nome como presidente. Negou também a possibilidade de disputar eleições depois de sair do BC. Pretende voltar a trabalhar no setor privado.

VANTAGEM PARA LULA

O presidente do BC afirmou que a alta taxa de juros foi positiva para o começo do mandato do petista. Como a Selic foi a 13,75% ainda em 2022, Lula assumiu já com inflação em queda consistente.

Campos Neto disse que esteve com o presidente depois da eleição no hotel Meliá, onde o petista se hospedava em Brasília. Desde que Lula assumiu, não houve encontro. O chefe do BC disse estar disposto a se reunir com ele e com ministros para explicar a política monetária.

Para ele, a queda na inflação e a definição da meta permitiram baixar a Selic. Afirmou que havia integrantes da autoridade monetária que queriam deixar “a porta aberta” para uma maior redução nos juros. Declarou que a divisão entre diretores do BC no Copom de 2 de agosto foi herdada da reunião de 21 de junho, quando houve divergência sobre a linguagem a ser usada para sinalizar a chance de queda nos juros.

O presidente do BC disse que 0,5 p.p é “ciclo apropriado”. Uma variação na taxa de juros acima disso seria alta demais.

Por PODER360

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