AUMENTA NÚMERO DE ASSALTOS NAS RUAS DA BARRA DA TIJUCA; MORADORES FAZEM ABAIXO-ASSINADO
Petição virtual, solicitando reforço de policiamento, já tem mais de 800 assinaturas
A escalada dos roubos nas ruas da Região Metropolitana tem espalhado o medo tanto na Baixada, quanto no subúrbio e nas áreas nobres da capital. Até mesmo os vizinhos do governador Cláudio Castro, que mora num dos condomínios do exclusivo Península, na Barra da Tijuca, não se sentem seguros. Diante dos assaltos recorrentes, principalmente após o anoitecer nas proximidades do residencial de luxo, moradores decidiram criar, há uma semana, uma petição virtual, solicitando reforço de policiamento.
Só nos três primeiros dias, foram reunidas mais de 800 assinaturas, como informou Ancelmo Gois, em seu blog no site do GLOBO. No domingo retrasado, uma moradora, que pediu anonimato, presenciou um assalto ao lado do BarraShopping, por volta das 20h, quando estava a caminho do VillageMall:
— Por sorte, o sinal logo abriu. Nem cheguei a frear totalmente o carro. Só reduzi a velocidade, mas foi o suficiente para ver um homem armado em pé, na lateral do veículo na pista ao lado. A minha reação foi de acelerar e ir embora o mais rapidamente possível. A gente vive todos os dias com essa sensação de medo e impotência.
Em julho, os sogros dessa moradora estavam parados no sinal em frente ao BarraShopping, quando foram assaltados:
— Eles bateram no vidro, fizeram entregar o celular e desbloquearam o aparelho ainda por cima. Levaram o relógio do meu sogro. Os dois têm mais de 70 anos; eles ficaram muito assustados e à base de medicação. Nunca tem um policiamento por ali. É uma vergonha o governador morar dentro do nosso condomínio e nem assim nada ser feito.
‘Guerra anunciada’
No restante do bairro, o temor é o mesmo. Moradora de um condomínio na Avenida das Américas, a assistente comercial Amanda dos Santos, de 27 anos, contou que já foi assaltada em frente ao Bosque da Barra. E que, desde então, sente medo de caminhar naquele trecho, assim como a assistente comercial Amanda dos Santos, de 27 anos, que também evita passar em frente ao parque desde que foi assaltada ali em setembro do ano passado.
Presidente da Câmara Comunitária da Barra da Tijuca, Delair Dumbrosck teme que a situação venha a se agravar e que o bairro se torne palco de uma disputa entre grupos criminosos, como nas vizinhas Muzema e Rio das Pedras, por exemplo. Ele classifica a situação atual como uma “guerra anunciada”.
— Além do aumento de assaltos na Barra, esse crescimento da violência causada por grupos criminosos rivais na Muzema, na Tijuquinha, em Rio das Pedras (no Itanhangá) e no Terreirão (no Recreio) tem nos mostrado que esses comandos se aproximam do bairro, e não estamos vendo nenhum planejamento de segurança pública para enfrentar isso — ressalta.
Dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) mostram o motivo de tantas críticas. Na área da 16ª DP (Barra da Tijuca), o total de roubos aumentou 35,2% nos nove primeiros meses de 2024, em relação ao mesmo período do ano anterior. Os números de roubos de celular e de assaltos a pedestres no bairro subiram 30,2% e 31%, respectivamente, na mesma comparação.
Em nota, a Polícia Militar informou que, segundo o comando do 31º BPM (Recreio), a região conta com policiamento por policiais a pé e em motocicletas. No mês passado, diz o comunicado, o comandante do batalhão se reuniu com representantes da Associação de Amigos da Península, para ouvir as principais demandas do grupo. “É importante ressaltar a importância do trabalho integrado que vem sendo executado com a Polícia Civil, a fim de identificar os autores e prender os criminosos”, conclui a nota.