
ATAQUES EM GAZA DEIXAM MAIS DE 400 MORTOS APÓS ISRAEL INTERROMPER CESSAR-FOGO
Ministro israelense da Defesa afirmou que o país continuará atacando a Faixa de Gaza “até que todos os reféns tenham retornado”
Os ataques israelenses contra a Faixa de Gaza deixaram mais de 413 mortos nesta terça-feira (18/3). Segundo o Ministério da Saúde palestino, a maioria das vítimas são crianças e mulheres.
Conforme noticiado pelo Hamas, o chefe do governo na Faixa de Gaza, Essam al Dalis, foi morto nos bombardeios. Além dele, outras autoridades também morreram nos ataques, entre elas o vice-ministro do Interior, Mahmud Abu Watfa, e o diretor-geral dos serviços de segurança interna, Bahjat Abu Sultan.
Os bombardeios também deixaram centenas de feridos, dezenas deles em estado de saúde crítico.
O Exército israelense ordenou que os moradores de Gaza abandonem as zonas fronteiriças. A ordem de retirada está em vigor especialmente para as áreas de Beit Hanoun, no norte da Faixa, e Khirbet Khuzaa, Abasan al Kabira e Abasan al Jadida, no sul.
O ministro israelense da Defesa, Israel Katz, afirmou que o país continuará atacando a Faixa de Gaza “até que todos os reféns tenham retornado”.
“Não vamos parar de lutar até que todos os reféns tenham retornado para suas casas e que todos os objetivos da guerra tenham sido cumpridos”, afirmou Katz. Entre as metas do governo israelense estão, além do retorno dos sequestrados (vivos e mortos), a destruição do Hamas como força militar e política.
Fim do cessar-fogo
Os bombardeiros da madrugada desta terça-feira (18/3) são o primeiro grande ataque desde o acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas, firmado em janeiro. Oren Marmorstein, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel, disse que Hamas recusou repetidamente propostas para estender a trégua e libertar os reféns.
“O Hamas rejeitou duas propostas concretas de mediação apresentadas pelo enviado do presidente dos EUA, Steve Witkoff. Israel concordou com essas propostas de mediação. As Forças de Defesa de Israel estão atacando alvos terroristas do Hamas na Faixa de Gaza, buscando atingir os objetivos da guerra, que incluem a libertação de todos os nossos reféns, o desmantelamento da infraestrutura militar e governamental do Hamas e a remoção da ameaça terrorista de Gaza à segurança de Israel e seus cidadãos. Deste ponto em diante, Israel agirá contra o Hamas com crescente intensidade militar”, afirmou Oren Marmorstein.
O Hamas afirmou que “trabalha com os mediadores” internacionais para “frear a agressão de Israel” e disse que aceitou o acordo de cessar-fogo e o “aplicou completamente, mas a ocupação israelense renegou seus compromissos ao retomar a agressão e a guerra”.
Papa pede o fim dos conflitos mundiais
O papa Francisco pediu o fim dos conflitos armados no mundo em uma carta publicada nesta terça-feira (18/3). A mensagem foi escrita no quarto em que está hospitalizado em Roma há mais de quatro semanas para tratar uma pneumonia.
“Temos que desarmar as palavras, para desarmar as mentes e desarmar a Terra. Há uma grande necessidade de reflexão, de calma, de senso de complexidade”, escreveu o pontífice argentino de 88 anos ao diretor de um dos principais jornais da Itália, Il Corriere della Sera, em uma carta com data de 14 de março.
Francisco ressaltou que a guerra parece ainda “mais absurda” nos momentos de doença. “A fragilidade humana tem o poder de nos tornar mais lúcidos diante do que dura e do que passa, do que faz viver e do que faz morrer”, citou o papa.
Por Aline Gouveia
Com informações da AFP*