AS ESCOLAS E SEUSENREDOS NO 1º DIA DEDESFILE NA SAPUCAÍ
UNIDOS DE PADRE MIGUEL será a primeira escola que vai abrir o carnaval da Marquês da Sapucaí. Os carnavalescos Alexandre Louzada e Lucas Milito desenvolveram o enredo EGBÉ IYÁ NASSÔ. Vai homenagear o terreiro de Candomblé mais antigo no Brasil, Casa Branca do Engenho Velho com 273 anos. Foi fundado em Salvador/Bahia entre 1820 e 1830 no século XIX pelas três africanas Iyá Detá, Iyá Akalá e Iyá Nassô, que eram da nação nagô.
A Imperatriz Leopoldinense será a segunda agremiação a desfilar no domingo de carnaval. O carnavalesco Leandro Vieira vai apresentar o enredo “ÓMI TUTÚ AO OLÚFUM – ÁGUA FRESCA PARA O SENHOR DE IFÓN”.Vai falar da mitologia dos Orixás em que Oxalá deseja visitar Xangô no reino de Oyô. Oxalá ao consultar o Babalaô sobre a viagem, foi orientado para não ir. Oxalá relutou. Baba então falou que Oxalá oferecer um ebó para exu, na tentativa de atenuar os obstáculos da viagem. Oxalá não fez a oferenda e foi viajar até o reino de Xangô. No caminho encontrou exu que cobrou sobre o ebó que não foi feito. Oxalá teve vários percalços, ficou sujo e acabou sendo preso. A notícia repercutiu no reino de oyó e Xangô foi visitá-lo. Ao chegar na prisão, Xangô ordenou aos seus súditos que busca-se água nas fontes mais limpas para derramar em Oxalá e assim o rito das águas de Oxalá foi realizado.
A terceira escola vai ser Unidos do Viradouro, que apresentará o enredo “MALUNGUINHO: O MENSAGEIRO DE TRES MUNDOS”. A entidade Afro-Indígena se manifesta como Caboco, Mestre e exu tranqueiro. Na primeira metade do século 19 em Pernambuco, no Quilombo do Catucá seu último líder, João Batista o Malunguinho, foi duramente perseguido por atos libertários. Foi se abrigar nas matas, adquiriu conhecimentos com as tribos indígenas e os segredos das forças que as ervas possuem. Malunguinho tornou-se mensageiro de três mundos: Os segredos da Mata, Jurema e as Encruzilhadas.
A última escola da noite será a Estação Primeira de Mangueira que vai falar sobre “A FLOR DA TERRA NO RIO DA NEGRITUDE ENTRE DORES E PAIXÕES. Vai ressaltar o povo BANTUS que saíram escravizados de Cabinda, Luanda e Benguela. Entre dores, ouvindo o ruído do mar os que conseguiram chegar em outros territórios. Usando os ensinamentos da ancestralidade para se reinventar nos espaços hostis, na luta de não serem anulados da história, construíram um Rio usando da perspicácia e sapiência, ajudando na criação da alma carioca, desafiando a morte para celebrar a vida alimentada pelo carnaval.
por Amaury de Oliveira