ARENA DICRÓ RECEBE TERCEIRA EDIÇÃO FESTIVAL DE CURTAS DO CINE TIA NILDA COM EXIBIÇÕES GRATUITAS
Iniciativa oferece ainda oficinas e rodas de conversa sobre acessibilidade e inclusão
De 17 a 20 de outubro
Depois de passar por várias escolas públicas da zona Norte da cidade do Rio de Janeiro, o CineClube Tia Nilda encerra o ciclo com o 3º Festival de Curtas, entre os dias 17 e 20 de outubro, na Arena Dicró, na Penha, coroando um ano de projeto.O festival é dividido em quatro temáticas, sendo uma apresentação de filme dedicado ao cinema negro, outra para o cinema LGBTQIAPN+, cinema livre e cinema infantil. Além das exibições, o Festival também contará com debates e apresentações dos DJ’s Sadock e Wagner Rasta.
A produção disponibilizou a lista das obras que serão exibidas durante o festival. Na temática negra, serão veiculados os filmes Chache Lavi, de Clementino Junior; Deixa, de Mariana Jaspe; Comigo, de Luan de Almeida; e Até as pedras se encontram, de Anna Diamante, Leni Mattos e Lici Luna.
Já os filmes LGBT exibidos serão Inimigos Mortais e outras bobeiras, de Thiago Kistenmacker; Deus não deixa, de Marçal Vianna; e Fábrica de rancores (os versículos do ódio), de José Felipe Cortes Figueiredo.
Na temática livre, o Festival contará com Comida, diversão e arte no açougue, de Ricardo Rodrigues e Wesley Brasil; Juriti, aqui vivemos, de Raslan Benvenuto; Paçoca, de Marçal Vianna; e On: uberização – o que você não vê, de Vinícius Ribeiro.
Finalizando os temas, os filmes infantis a serem exibidos são As melhores, de Renata Mizrahi; Lucinéia, a menina banguela, de Luah Garcia; A menina e o mar, de Gabriel Mellin; e A tropa inteligente e a cultura de rua, de Marco Aurélio da conceição Correa.
Contemplado no edital Apoio a Ações Locais – Manutenção de Cineclubes, da Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro, através da Riofilme, órgão que integra a Secretaria Municipal de Cultura, o 3º Festival de Curtas também terá uma roda de conversa sobre acessibilidade e inclusão voltada para os trabalhadores da Arena Dicró e do Observatório de Favelas.
O projeto é idealizado pelo fotógrafo e produtor cultural Diego Lima, da comunidade do Dourado, em Cordovil, onde nasceu e viveu por toda a sua vida. Para ele, a parceria com as escolas da rede pública dá outro sentido ao projeto, uma vez que amplia para dentro dos educandários as obras e as oficinas que o CineClube já realizava em espaços populares, mas, agora, em novo formato, em parceria com a educação formal.
“Em 2024, o projeto adentrou às escolas públicas na Zona Leopoldina, com as temáticas Negra, LGBT, Livre e Infantil, levando curtas de realizadores periféricos para serem exibidos, batendo um papo com os alunos sobre os filmes, as temáticas e o movimento cineclubista, fechando com uma oficina de cinema. O Festival vem para coroar a trajetória de sucesso desse um ano de projeto”, pontua Diego.
O projeto iniciou em março deste ano com exibições de curtas nas escolas municipais da região e oficinas de arte e educação, além de rodas de conversa com acessibilidade. O festival é o encerramento dos 10 meses de do CineClube Tia Nilda nas unidades de educação.
O idealizador reforça que a realização do Festival e das oficinas nas escolas é uma forma de resistência artística dos realizadores periféricos, descentralizando as produções que são, em sua maioria, realizadas na zona Sul da capital fluminense.
“Dentro de um universo tão elitista, ter um festival como esse, acontecendo no subúrbio carioca, é uma forma de fomentar o cinema periférico e mostrar para o nosso público que é possível trabalhar com arte, é possível trabalhar com cinema”, finaliza Diego.
Sobre o CineClube
O CineClube Tia Nilda é um projeto cultural que tem como objetivo impulsionar, propagar e incentivar a cultura e o encontro social através do cinema brasileiro. O projeto foi fundado no ano de 2012, na comunidade do Dourado, bairro de Cordovil, Zona Norte do Rio de Janeiro, através da realização de sessões de cinema, integradas com oficinas de arte e educação.
Durante a trajetória, além das sessões, são realizadas diversas atividades culturais como oficinas e cursos em diversas linguagens artísticas para crianças, jovens e adultos contemplando toda a comunidade. A missão do CineClube Tia Nilda é proporcionar atividades culturais gratuitas, possibilitando a inclusão, visibilidade e protagonismo social dos moradores. A visão do CineClube é de se fortalecer enquanto espaço cultural, para continuar apoiando a comunidade através da arte, cultura e educação.
Quem foi Tia Nilda
Nilda Campos de Lima foi uma importante líder da comunidade do Dourado, onde nasceu e viveu por toda a sua vida. Atuou na expansão da comunidade, abrigando moradores e oferecendo auxílio aos mais necessitados. Seu marido, Seu Russo, era amante do futebol, e em 1955, fundou e se tornou presidente do Esporte Clube Dourado.
Russo organizava os campeonatos de futebol, mas era Nilda quem cuidava dos jogadores, por quem era chamada carinhosamente de mãe. Na quadra do Dourados, aconteciam diversas festas e eventos, que também eram organizados por ela, que durante sua trajetória, teve extrema importância no desenvolvimento social, cultural e afetivo do lugar. Hoje em dia, seu nome está presente na Clínica da Família e no CineClube do bairro. Tia Nilda representa dedicação, carinho e amor à comunidade.