APÓS DENÚNCIAS DE EXTORSÃO E AMEAÇAS A MOTORISTAS DE APLICATIVO, PM FAZ OPERAÇÃO NO MORRO DO DENDÊ
Veículos irregulares e roubados foram recuperados e barricadas derrubadas durante a ação.
A Polícia Militar realiza uma operação em caráter excepcional nas comunidades do Complexo do Dendê, na Ilha do Governador, na Zona Norte do Rio, nesta terça-feira (4). Moradores relataram tiroteio durante a manhã.
Na ação, estão empenhados policiais militares do 17º BPM (Ilha do Governador) com apoio de equipes do Comando de Operações Especiais (COE), do Grupamento Especializado de Salvamento e Ações de Resgate (GESAR), do 16º BPM (Olaria) e do 22º BPM (Maré).
A operação acontece após consecutivas denúncias de motoristas de aplicativo contra traficantes da região. No entanto, a Polícia Militar não afirma que a operação tem relação com as denúncias, mas sim com ações do batalhão local de repressão ao tráfico.
As vítimas contam que só é possível trabalhar no bairro da Ilha, mesmo fora da favela, se pagar uma taxa semanal aos bandidos.
Caso descumpram as ordens, os motoristas são ameaçados de terem seus carros depredados e até de morte, conforme aponta uma denúncia do Ministério Público. Inclusive, na última semana, cerca de 20 motoristas foram feitos reféns após serem atraídos para corridas falsas na comunidade.
Mais de 20 motoristas de aplicativo são atraídos para falsas corridas e feitos reféns na Ilha do Governador
O Ministério Público afirma que por trás do esquema está o Terceiro Comando Puro, que controla o tráfico de drogas no Dendê, aliados a milicianos. A aliança teria começado quando Fernando Gomes de Freitas, o Fernandinho Guarabu, e o Gilberto Coelho de Oliveira, o Gil, passaram a explorar o transporte alternativo na região com a ajuda do miliciano Antônio Eugênio de Souza Freitas, o Batoré.
Os três morreram em uma operação policial em 2019. Mas a relação continua com novas práticas, agora extorquindo motoristas de aplicativo, diz o MP.
Até às 11h, nove motos irregulares foram apreendidas, dois carros roubados recuperados e barricadas derrubadas. Os veículos estavam sendo levados para o depósito público.
Por conta do clima de insegurança na região, as atividades externas das clínicas da família, como visitas domiciliares, foram suspensas.
Por g1 Rio