AO MENOS 72 PESSOAS FORAM VÍTIMAS DE PRECONCEITO RELIGIOSO NO RJ EM 2024, DIZ ISP
Um levantamento do Instituto de Segurança Pública (ISP) aponta que 72 pessoas registraram ocorrências relacionadas a preconceito religioso em delegacias do estado do Rio de janeiro a setembro de 2024.
Do total de casos, 39 se referem ao crime de “Ultraje a culto”. Este tipo de delito teve 16 ocorrências na capital fluminense. O aumento foi de 14 casos, comparando os anos de 2023 e 2024.
Os dados, em primeira mão ao g1, serão divulgados no site oficial da instituição nesta terça-feira (21).
As delegacias de polícia também registraram crimes relacionados à “intolerância religiosa”, com 33 casos no período analisado. A maior parte das vítimas tinham entre 30 e 59 anos, sendo 14 brancas e 13 pretas ou pardas.
A residência foi o local onde esse tipo de crime ocorreu com mais frequência, sendo oito casos no município do Rio e cinco em São Gonçalo, na Região Metropolitana. No entanto, o número sofre com a subnotificação, já que muitas pessoas não formalizam as denúncias em delegacias.
“A diversidade de crenças tem que ser respeitada e as informações divulgadas pelo ISP desempenham um papel crucial para colocar luz nessas questões e subsidiar políticas públicas de combate a todo tipo de intolerância. Temos na Polícia Civil uma unidade especializada na investigação desses crimes, a Decradi”, destacou o governador Cláudio Castro.
O levantamento feito pelo ISP, disponibilizado no Painel Discriminação, ferramenta interativa que facilita o monitoramento de crimes por preconceito, aponta outras formas de violência direcionadas a grupos sociais.
Ao todo, entre janeiro e setembro de 2024, 2.783 pessoas foram alvo de crimes associados à discriminação e intolerância. Além disso, 1.738 indivíduos relataram ter sido vítimas de “Injúria por preconceito”, representando 62% do total de casos.
“É essencial destacar que os dados revelam problemas profundos e estruturais que enfrentamos diariamente em nossa sociedade, como o racismo e a intolerância religiosa. Esses tipos de delitos continuam a impactar de forma desigual diferentes grupos sociais”, ressaltou Leonardo Vale, vice-presidente do ISP.