ANTES FAVORITO PARA SUCEDER LIRA, ELMAR NASCIMENTO PODE RETIRAR CANDIDATURA À PRESIDÊNCIA DA CÂMARA
Hugo Motta, do Republicanos, passou a concentrar a maior parte dos apoios. União Brasil vai decidir se mantém candidatura de Elmar Nascimento
247 – O União Brasil agendou duas reuniões cruciais para a próxima semana para definir o futuro da candidatura de Elmar Nascimento (BA), líder do partido na Câmara, à presidência da Casa. As decisões serão tomadas em encontros com a bancada do partido e com a Executiva Nacional, que avaliarão se mantêm o apoio ao parlamentar baiano, informa o jornal O Globo.
Elmar, inicialmente considerado um dos favoritos para suceder Arthur Lira (PP-AL) na presidência da Câmara, enfrenta um cenário adverso após o Republicanos retirar a candidatura de Marcos Pereira e lançar Hugo Motta (Republicanos-PB), líder da sigla. A mudança de planos colocou Motta em uma posição forte na corrida, recebendo apoios de partidos como PL e PP, que também eram alvos de Elmar.
Apesar do respaldo interno, Elmar sofre pressões para abandonar a disputa e apoiar Motta, que já se reuniu com o presidente Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL), buscando fortalecer sua candidatura. Partidos menores, como PDT, PSDB, PRD e Solidariedade, continuam apoiando Elmar, mas a incerteza sobre sua permanência na corrida é evidente.
O deputado Danilo Forte (União-CE) criticou a articulação política que favoreceu Motta e culpou o governo pelo acordo, ressaltando que o União Brasil perdeu posições estratégicas na Câmara ao apostar na candidatura de Elmar. “O União abriu muito espaço para os demais partidos em indicação de comissão e relatorias. A gente não aceita candidato chapa-branca indicado pelo governo que veio impedir a conquista que tivemos (de protagonismo do Congresso)”.
Tanto Elmar quanto Motta têm proximidade com o atual presidente da Câmara, Arthur Lira. No entanto, Lira tem demonstrado inclinação por Motta, visto como um candidato capaz de unir governo e oposição. O entendimento é que Elmar se tornou um nome menos viável por representar um desafio maior para o governo, o que impede sua consolidação como uma opção de consenso.
Com Lira em Alagoas e retornando a Brasília na próxima semana, as negociações entre as lideranças devem avançar.