ANO LETIVO COMEÇA COM ESCOLAS FECHADAS EM GAZA: ‘SERIA UM DIA DE CELEBRAÇÃO’
Segundo o Ministério da Educação Palestino, todas as escolas de Gaza foram fechadas e 90% delas foram destruídas ou danificadas nos ataques israelenses ao território. Agência da ONU lançou um programa de volta às aulas em 45 de seus abrigos.
O ano escolar deveria estar começando oficialmente nesta segunda-feira (9) na Faixa de Gaza, mas com as escolas fechadas por causa da guerra entre Israel e Hamas, milhares de crianças seguem sem conseguir estudar apropriadamente.
Segundo o Ministério da Educação Palestino, todas as escolas de Gaza foram fechadas e 90% delas foram destruídas ou danificadas nos ataques israelenses ao território.
Além dos 625 mil estudantes já matriculados na escola e que estariam faltando às aulas, outras 58 mil crianças de 6 anos deveriam ter se registrado para começar a primeira série este ano, diz o ministério.
No mês passado, a UNRWA, agência de ajuda humanitária palestina da ONU, lançou um programa de volta às aulas em 45 de seus abrigos, com professores organizando jogos, teatro, artes, música e atividades esportivas para ajudar na saúde mental das crianças. No entanto, a maior parte delas segue sem educação formal.
“Quanto mais tempo as crianças ficam fora da escola, mais difícil é para elas recuperarem o aprendizado perdido e mais propensas elas ficam a se tornarem uma geração perdida, vítimas de exploração, incluindo casamento infantil, trabalho infantil e recrutamento para grupos armados”, afirma a diretora de comunicações da UNRWA, Juliette Touma, à Reuters.
A palestina Umm Zaki, mãe de cinco filhos, lamenta a situação vivida por milhares de famílias como a dela:
“Normalmente, um dia assim seria um dia de celebração, vendo as crianças com o novo uniforme, indo para a escola e sonhando em se tornarem médicas e engenheiras. Hoje, tudo o que esperamos é que a guerra acabe antes de perdermos qualquer uma delas”.
Desde o início da guerra, há 11 meses, quase todos os 2,3 milhões de habitantes de Gaza foram forçados a deixar suas casas pelo menos uma vez, e alguns tiveram que fugir até 10 vezes.
Por Reuters