Ancelotti é apresentado e promete recolocar o Brasil no topo: “Vamos juntos voltar a ser campeões”
O técnico italiano Carlo Ancelotti foi oficialmente apresentado nesta segunda-feira como novo comandante da seleção brasileira. Em um evento realizado na sede da CBF, no Rio de Janeiro, o treinador fez seu primeiro pronunciamento público no cargo e não escondeu o entusiasmo diante do desafio: “É uma honra, um grande orgulho comandar a seleção, que é a melhor do mundo. O objetivo é claro: vamos juntos voltar a ser campeões”.
A declaração, carregada de otimismo, marca o início de um novo ciclo para a Seleção, após anos de instabilidade, eliminações precoces e indefinições técnicas. Com um currículo invejável — multicampeão por clubes como Milan, Real Madrid, Chelsea e Bayern de Munique — Ancelotti assume com a missão de recolocar o Brasil entre os protagonistas do futebol mundial, mirando desde já a Copa do Mundo de 2026.
Primeiras palavras e compromisso com a reconstrução
Visivelmente emocionado com a recepção, o italiano destacou a paixão do povo brasileiro pelo futebol e se mostrou sensível ao peso simbólico do cargo. “É minha primeira vez aqui e fui recebido com muito carinho. Agradeço à CBF e ao Real Madrid por viabilizarem esse momento. Estou animado e comprometido em entregar um trabalho de alto nível.”
Ao seu lado, estavam ícones do futebol brasileiro, como Parreira, Zico, Bebeto, Marta, Formiga e Felipão — que participou da cerimônia representando os campeões mundiais. Em gesto simbólico, Ancelotti recebeu uma camisa com seu nome e o número 26, representando o ano final de seu contrato, que se encerra ao término da próxima Copa.
Convocação traz juventude, nomes do Flamengo e surpresa com ausências
Logo após a apresentação, Ancelotti anunciou sua primeira lista de convocados, válida para os dois próximos compromissos das Eliminatórias Sul-Americanas — contra o Equador (5 de junho, em Guayaquil) e o Paraguai (10 de junho, na NeoQuímica Arena).
A convocação chamou atenção por algumas mudanças de perfil. A lista mescla experiência e juventude, aposta em jogadores em alta na Europa e valoriza nomes que vêm se destacando no cenário nacional, especialmente do Flamengo, clube que emplacou cinco jogadores: Danilo, Alex Sandro, Wesley, Léo Ortiz e Gerson.
Outro destaque foi a inclusão de Estevão, jovem revelação do Palmeiras, de apenas 17 anos, que vem sendo tratado como uma joia da nova geração. No ataque, o trio Raphinha, Vinícius Jr. e Richarlison foi mantido, assim como o retorno de Antony, atualmente no Real Betis.
No entanto, a lista também causou repercussão pelas ausências. Nomes como Rodrygo, Gabriel Jesus, Neymar (em recuperação), e Lucas Paquetá (em meio a investigações) ficaram de fora, o que levantou debates nas redes sociais. Ancelotti evitou polêmicas e explicou que “a convocação foi feita com base em critérios técnicos e no momento dos atletas. Outros terão oportunidades ao longo do ciclo.”
Veja a lista completa dos convocados
Goleiros: Alisson (Liverpool), Bento (Al-Nassr), Hugo Souza (Corinthians)
Laterais: Danilo (Flamengo), Vanderson (Monaco), Alex Sandro (Flamengo), Carlos Augusto (Inter de Milão), Wesley (Flamengo)
Zagueiros: Alexsandro (Lille), Beraldo (PSG), Léo Ortiz (Flamengo), Marquinhos (PSG)
Meio-campistas: Andreas Pereira (Fulham), Andrey Santos (Strasbourg), Bruno Guimarães (Newcastle), Casemiro (Manchester United), Ederson (Atalanta), Gerson (Flamengo)
Atacantes: Antony (Betis), Estevão (Palmeiras), Gabriel Martinelli (Arsenal), Matheus Cunha (Wolverhampton), Raphinha (Barcelona), Richarlison (Tottenham), Vinícius Junior (Real Madrid)
Repercussão e expectativa
A chegada de Ancelotti à Seleção Brasileira foi celebrada por torcedores, dirigentes e jogadores, que enxergam no técnico um líder experiente capaz de renovar a identidade tática da equipe. Ex-jogadores como Kaká e Cafu elogiaram a escolha e destacaram a capacidade do italiano de gerir grupos e lidar com a pressão.
“Ele tem tudo para fazer história. É calmo, estratégico e sabe lidar com grandes estrelas. Exatamente o que o Brasil precisa agora”, comentou Kaká, que trabalhou com Ancelotti no Milan.
A expectativa, agora, se volta para os próximos treinos e amistosos que vão preparar o elenco para a Copa América, em 2025, e o verdadeiro objetivo: o hexacampeonato em 2026. Até lá, Carlo Ancelotti terá tempo, talento e, principalmente, um país inteiro atento à sua promessa: devolver ao Brasil o topo do futebol mundial.
Por Redação Gazeta Rio