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ANA MOSER CRITICA O PROTAGONISMO MASCULINO EM DECISÕES POLÍTICAS

Ao mesmo tempo, ex-ministra do Esporte reconheceu as realidades do poder que influenciaram na sua saída

– A saída da ex-ministra do Esporte, Ana Moser, em uma recente reforma ministerial do presidente Lula, continua repercutindo no cenário político brasileiro. Sua destituição para dar lugar a André Fufuca, do PP-MA, gerou críticas de alguns setores que apoiam o governo. Esses grupos questionam a entrada de um membro do ‘centrão’, um conjunto de partidos políticos conhecido por sua fisiologia e falta de comprometimento em votar de acordo com os interesses do governo. Por outro lado, outros setores de apoio ao governo defendem a integração de partidos como o PP e o Republicanos no governo, o que auxiliaria na governabilidade.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Ana Moser criticou a questão do protagonismo masculino em decisões políticas, e defendeu que mais mulheres em posições de poder levariam a decisões mais equilibradas. “Conversei com a Janja, com ministras e ministros. Publicamente, algumas ministras se pronunciaram, como Cida (Gonçalves, das Mulheres), Anielle (Franco, da Igualdade Racial), Esther (Dweck, da Gestão). A ministra Marina (Silva, do Meio Ambiente) me ligou várias vezes nesse processo. Existe essa sororidade”, afirmou Moser. “Todo esse jogo de poder é mais complicado para as mulheres, a dinâmica do poder é masculina. As decisões, mesmo com a participação de mulheres, ainda são tomadas por homens”, acrescentou.

“Olhando de fora e com perspectiva de minha posição de mulher, tenho a impressão que, quanto mais mulheres estiverem participando de momentos de decisão, dessas altas rodas de decisões políticas, mais equilibradas essas decisões serão. Falta mais participação de mulheres nesses momentos de decisão. Não é só ocupar os espaços, é estar nos momentos decisórios. Isso pode ser um avanço para a situação atual que vivemos. E não é algo fácil de ser alcançado, e com certeza é a intenção deste governo. Mas o caminho é esse: buscar equilíbrio, ampliação de valores e de maneiras de fazer política”, destacou Moser.

Ao mesmo tempo, ela reconheceu realidades do poder que influenciaram na sua saída. “Eu acho que não tem como isolar a questão no presidente Lula. O contexto político se coloca de uma maneira que aquilo que se visualizava no início do ano não continuou. Agora, o momento é outro. Tenho certeza que a vontade do presidente Lula era dar continuidade a este trabalho. Vai ter que dar continuidade de outra maneira, porque a política impõe. A política é feita de avanços em maior ou menos velocidade, mas sempre buscando avançar”, afirmou.

Após a troca de Ana Moser por André Fufuca, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou na úiltima quinta-feira que o governo Lula cumprirá os compromissos feitos durante a campanha para a área do esporte. “Estamos tendo mudança de quem está na quadra, mas não mudam os compromissos com o esporte brasileiro”, afirmou.

A reforma ministerial, anunciada na última quarta-feira à noite, não se limitou apenas à troca de comando no Ministério do Esporte. Ela também incluiu mudanças em outras áreas, como a substituição do ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França do PSB-SP, por Silvio Costa Filho do Republicanos-PE. Além disso, o governo anunciou a criação de um novo Ministério da Micro e Pequena Empresa, que será liderado pelo próprio Márcio França.

Por Brasil  247

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