O talentoso escritor iguaçuano Luiz Coelho Medina conta, no seu livro mais recente, a interessante história de uma cidade do interior cujos habitantes perderam o dom de comunicar-se, inebriados por seus celulares!
A alegoria dispensa interpretações e é o ponto alto desse conto, criado por um artista inteiramente antenado com as tendências contemporâneas das narrativas modernas em prosa.
Vê-se, com prazer, além disso, que LCM faz ecoar, no referido “causo”, as vozes silenciadas de seus amigos e conhecidos da sofrida Baixada, atendendo às exigências críticas mais avançadas de um Bakhtin!…
De ressaltar, também, a sua percepção do pensamento de Benjamin (o capitalismo é uma religião!), instalando, no mesmo episódio, uma pia batismal católica num templo pentecostal, e apostrofando padres e pastores, na nossa economia salvífica, tomada pelos, outrora, vendilhões do templo!
Deploro, por fim, que esses irmãos de fé, completamente sem moral para isso, condenem os irmãos de outra fé, acusando-os de “adoradores do Diabo”, quando não passam estes de “adoradores de um deus também”, ainda que não cristão, conforme analisou com acerto uma antropóloga!…
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Por: Eder Rodrigues/ Jornal Gazeta Rio