Chanceler venezuelano disse que Washington busca estabelecer uma base militar na área contestada
O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yvan Gil, denunciou a intenção dos Estados Unidos de militarizar a região de Essequibo, rica em petróleo, em meio a uma disputa territorial de longa data entre a Venezuela e a Guiana. Segundo o ministro, Washington busca estabelecer uma base militar na área contestada, com o objetivo de expandir sua influência na região e apoderar-se dos recursos energéticos venezuelanos, segundo reportagem da agência Sputnik.
Durante seu discurso na Assembleia Geral da ONU, Yvan Gil condenou veementemente os planos dos Estados Unidos e destacou que o Parlamento venezuelano aprovou um referendo para proteger seu território soberano da agressão norte-americana. Além disso, Gil acusou Washington de interferir na disputa territorial que se arrasta por mais de dois séculos e de buscar a exploração do petróleo venezuelano por meio da empresa americana de petróleo e gás ExxonMobil.
A disputa pela região de Essequibo remonta a mais de 100 anos, envolvendo a Venezuela e a Guiana, que era uma antiga colônia britânica e agora é membro da Comunidade das Nações. Em 1966, os dois países assinaram o Acordo de Genebra, buscando uma solução pacífica para o conflito. No entanto, em 2018, a Guiana apresentou uma ação no Tribunal Internacional de Justiça, buscando o reconhecimento legal da decisão de 1899 do Tribunal Arbitral de Paris, que atribuiu o território à Guiana.
Embora o Acordo de Genebra de 1966 tenha sido registrado nas Nações Unidas e estabelecido medidas para resolver a disputa, nenhum dos protocolos preliminares foi ratificado por Caracas. A Venezuela tem defendido negociações diretas com a Guiana desde 1983, enquanto a Guiana prefere buscar uma solução por meio da Assembleia Geral da ONU, do Conselho de Segurança ou do Tribunal Internacional de Justiça.
Essa recente denúncia do governo venezuelano acrescenta uma nova dimensão ao já complexo cenário geopolítico na região, com potenciais implicações para a estabilidade da América do Sul e o acesso a recursos naturais cruciais.
A situação em Essequibo permanece um ponto sensível nas relações internacionais, e o mundo observa atentamente os desdobramentos dessa disputa que envolve interesses econômicos e geopolíticos de grande envergadura.